Pastor Abrão, escute os nossos mestres do ensino
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de março de 1991
Uma das mais felizes escolhas do governador Roberto Requião para o seu secretariado, o pastor e professor Abrão Elias, que assume segunda-feira a pasta da Educação, talvez venha a fazer aquilo que muitos dos que o antecederam não souberam: aproveitar o know-how de admiráveis educadores paranaenses, que, embora aposentados, continuam fortes e lúcidos, dispostos a oferecerem sua experiência (e competência) para as delicadas questões do ensino. Nomes como os de Erasmo Pilotto, Pórcia Guimarães Alves e Eny Caldeira - para só citar três dos mais ilustres mestres e educadores - reúnem, somadas suas vidas, mais de 150 anos de vivência na educação. Pelo curriculum de cada um, há toda uma praxis no ensino - numa época bem diversa, com menos recursos mas que, ironicamente, a escola pública tinha excelente padrão de ensino e os professores se dedicavam a ensinar - e não a reivindicar (justas, não há dúvida) melhorias salariais - mas prejudicando com repetidas greves toda a formação de uma geração.
Homem aberto ao diálogo e cuja competência na Secretaria do Meio Ambiente na administração de Roberto Requião foi tamanha que até o atual prefeito, Jaime Lerner - mesmo com toda sua ojeriza a Requião - já o reconheceu como um "competente cidadão", pastor Abrão assume a pasta com preocupações de estabelecer um melhor diálogo entre professores, pais e alunos e, especialmente, melhorar o nível de ensino - cada vez mais precário - não apenas no Paraná, mas nacionalmente - o que se traduz no fortalecimento das escolas particulares. Para que o novo secretário da Educação conheça ao menos um pouco sobre a admirável educadora de várias gerações - e que embora aposentada e recém saindo de graves problemas de saúde - se mostra disposta sempre a externar sua experiência, vamos dedicar nosso espaço a professora Eny Caldeira.
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