A Venda da Editora Nacional (Opus 2)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de outubro de 1974
Só na terça feira o sério "O Estado de São Paulo" confirmou o nosso furo (O ESTADO, 18/10/74) sobre a venda da Companhia Editora Nacional ao grupo José Olympio por Cr$ 150 milhões. Até o final de novembro todas as negociações deverão estar concluídas e, com 48 anos de atividades no setor, a Editora Nacional será vendida, entre outros motivos, em [conseqüência] da morte de seu principal acionista, Octales Marcondes Ferreira. Segundo "O Estadão", os outros seis acionistas restantes, inclusive seu atual presidente, Lindolfo Marcondes Ferreira, já passaram dos sessenta anos e, segundo informaram pretendem aposentar-se.
Agora, um complemento [à] notícia: caso a Livraria José Olympio Editora não tivesse adquirido a Editora Nacional, sua sede poderia ter vindo para Curitiba. O professor Ocyron Cunha, 46 anos, dese 1953 representante territorial da empresa no Paraná, tão logo soube da disposição da diretoria de vender a tradicional editora, conseguiu reunir um grupo econômico que cobriria a proposta - sinal de Cr$ 50 milhões, saldo a médio prazo, e com isto a quarta maior editora do País - e uma das cinco maiores do mundo - viria para Curitiba. Como a opção de compra foi dada pelo presidente da Editora Nacional, Lindolfo Marcondes Ferreira, ao veterano José Olympio - cujo grupo se movimentou rapidamente para conseguir a alta soma necessária (obtendo inclusive financiamento do Banco Nacional de Desenvlvimento Econômico), Ocyron ficou à espera, pois, seu grupo - do qual naturalmente, fazem parte alguns dos maiores contribuintes do imposto de Renda do Paraná, seguramente fecharia o negócio. Apesar da crise existente no setor editorial (cinco tradicionais editoras, entre as quais a Martins e a Lelo, solicitaram [concordata] nas últimas semanas), a Companhia Editora Nacional apresenta excelente rentabilidade, pois sua especialidade é o livro didático.
Enviar novo comentário