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Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de outubro de 1975
O ator é jovem, desconhecido e lembra, propositadamente, James Dean. O argumento, de leve, pode lembrar "Bonnie & Clyde". Mas a personalidade e a força do cineasta Terrence Mallik é muito e graças a isso seu filme de estréia, "Terra de Ninguém - Badlands" é uma obra de imensa força visual e temática. E que vem mostrar, mais uma vez, que a simplicidade a inteligência vale mais do que orçamentos milionários para realizar pequenas (grandes) obras-primas. Experiente roteirista ("Dirry Harry/Perseguidor/Implacável"; "Drive He Said/O Amanhã Chega Cedo Demais", "Pocket Money"). Malick mostra em "Terra de Ninguém" (cinema 1/Sala Excelsior, só hoje, às 14, 16, 20 e 22 horas), uma linguagem limpa, que flui agradavelmente para o espectador atento, embora a ação se concentre basicamente em dois personagens, magnificas estréias de Martin Scheen e Sissy.
Se a trilha sonora utilizada desde passagens classicas-operisticas até um velho sucesso de Nat King Cole (1917-1969), é a fotografia que ocupa um lugar de destaque, sem cair no preciosismo de Gabriel Figueroa ou no publicitarismo diluitivo dos filmes de Lolouch, a fotografia em cores aproveita, como há muito não se via, os por-do-sol do deserto, valendo já como um destaque entre os melhores trabalhos do ano. Quem gosta de filmes inteligentes, bem realizados e de talentos promissores não deve perder "Badlands".
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