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Aramis

Cantoras estrangeiras

Cantoras às mãos cheias. Afinal ninguém pode se queixar de que faltam (boas) novas vozes na praça. Nacional e internacionalmente. Basta olhar nas lojas, ligar os rádios, para se ver que uma sucessão de vozes estão a disposição de quem aprecia o som nosso de cada dia. No ano passado, foram as vozes femininas brasileiras - algumas só intérpretes, outras também compositoras e as vezes também instrumentistas - que apareceram numa disputa estimulante. A discotheque, apesar de tudo, ainda tem seu público. Que o diga Donna Summer, a mais insinuante delas, que dos quase anônimos discos que apareciam inicialmente através de Casablanca Records, inicialmente aqui distribuída pela pequena CID, da família Zuckermann, se transformou num dos pontos de vendas mais fortes para alegria da Polygram, em termos de faturamento. "On The Radio", robusto volume dois, que a Polygram colocou nas lojas no final do ano passado, a trouxe numa produção de seu grande "lançador", Giorgio Moroder, cantando a música título composta para o filme "Foxes", seguido de embalanantes faixas como "I Remember Yesterday", "Heaven Knows", uma revisão de "Mac Arthur Park", afora a emocionante "No More Tears" (Enough Is Enough), em dueto com Barbra Streissand. Esta mesma gravação, no acordo de cavalheiros entre as gravadoras, é a faixa de abertura do lado 2 de "Wet" (CBS, 138162, março/80), o mais recente disco de Barbra Streissand, assumindo desde a regravação de um antigo sucesso de Bob Dylan - "Splish Splash" (que na versão com Roberto Carlos foi um de seus primeiros sucessos) até baladas como "After The Rain". Sensual bela e cantando bonito como sempre, "La [ilegível] com Aretha Franklin a traz cantando composições da dupla Van McCoy e Charles Kipps, numa produção distribuída pela WEA. Mas as duas músicas de abertura são da própria Aretha, hoje uma superstar, cada vez mais lânguida em seu estilo sussurrante, bem diversa daquela cantora dos anos 60, quando era a intérprete exclusiva da fase mais romântica de Burt Bacharach e seu ex-parceiro Hal David. "Ladies Only" e "Only Star" são as composições da própria Aretha, que sugerem possibilidades, no futuro, uma nova etapa de sua carreira. A poderosa Ariola, em seu primeiro suplemento no Brasil, já eficientemente promovido por Emilson Pohl, traz, entre outras cantoras novas, a bela Melissa Manchester, contratada da Arista Records (uma das muitas etiquetas quem passa agora para o grupo Ariola). Em produção de Steve Buckingham, Melissa canta músicas como "Pretty Girls", "Fire In The Morning" "How Does It Feel right Now" e "Lights Of Dawn". Esther Philips não é nenhuma estreante: aos 15 anos já fazia seu compacto com "Double Crossing Blues" chegar as paradas. Em 1963 era "Release Me", em 65. "And I Love Him". Mas uma nova Esther Philips é a que se ouve em "Here Esther ... Are You Ready?" (Mercury/Polygram), que aparece no mesmo suplemento em que temos a cantora Yvonne Elliman, além de agradável "Royal Rappin's, onde Millie Jhackson divide as faixas com Isaac Hayes, o musculoso autor da música de "Shaft", onde, definitivamente, integrado a linha discotheque. Aliás o mesmo Isaac em "Don't Let Go", também edição da Polygram, reserva cada face do lp para apenas 3 músicas, possibilitando um grande desenvolvimento instrumental do grupo que o acompanha. Finalmente, neste pacote de vocalistas, registre-se Betty Wright ("Travelin In The Circle", CBS), onde além de cantora, é também produtora e autora de quase todas as faixas, entre as quais algumas das mais interessantes como "I'm Telling You Now", "Child Of The Man", "My Love Is", "Open The Door To Your Heart" e "I Believe It's Love". Como se vê, opções não faltam a quem curte o som internacional. Em termos estéticos ou político-nacionalistas, a coisa diferente, mas aqui fica apenas o registro.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
21
06/04/1980

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