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Aramis

Artigos por data (1987)

Até copião vale para mostrar cinema brasileiro no FestRio

Rio de Janeiro - Desde 1984, quando da primeira edição do FestRio, a sua direção sempre se preocupou em prestigiar ao máximo o cinema brasileiro. O espaço internacional deste maior festival de cinema, televisão e vídeo da América do Sul não prejudica o nosso cinema. Ao contrário, abre imensas perspectivas, não só na participação de filmes em competição, mas também nas mostras paralelas e, especialmente o mercado com a Embrafilme e produtores independentes tentando negociar suas produções.

No campo de batalha

Claudia Ohana, a mais nova sensação do cinema brasileiro - e já com carreira internacional - virou a musa das sessões secretas do festival da meia-noite na Sala Glauber Rocha: no domingo e segunda feira, ela aqui esteve, linda e sorridente, vendo os dois filmes nos quais interpreta o principal papel: "A Fábula da Bela Palomeira", dirigida pelo seu ex-marido, Ruy Guerra e "Luzia Homem", de Fábio Barreto.

Muito sexo e pouco tesão

Nunca se falou e se mostrou tanto em sexo. Um sexo que não chega a ser excitante nas imagens, mais para o cinismo, a imoralidade, do que para o tesão visual. Rio de Janeiro - Memórias da guerra, sexo, sentimentos humanos. Eis um tripé que, num primeiro levantamento, sintetiza ao menos 60% dos mais de 300 filmes reunidos no porre visual que se constitui a quarta edição do FestRio.

Pequenos problemas não prejudicam o FestRio

Rio de Janeiro - Embora, oficialmente, o IV FestRio encerre neste sábado, com uma festa de longa metragem que dura mais de 5 horas, incluindo a primeira exibição no Brasil da superprodução "O Último Imperador", de Bernardo Bertolucci - que o público nacional verá no primeiro semestre de 1988 - na verdade o festival continua transpondo a limitação competitiva, esta promoção que vem sendo realizada desde 1984 está hoje consolidada como um dos mais importantes eventos culturais, turísticos e promocionais do Brasil.

As bolsas que Dorita deixou na Britannica

Durante os anos que residiu em Curitiba, Mário Nogueira Rangel deu exemplo de como o diretor de uma empresa ligada à área educativa cultural pode se integrar à comunidade. A Enciclopédia Britânica muito cresceu nos anos em que Rangel - irmão caçula, aliás, do diretor de teatro Flávio e do escritor Paulo - e, naturalmente, houve a promoção: hoje é diretor comercial de distribuidores da Hispano-América, ocupando um dos mais altos cargos desta multinacional cultural.

No campo de batalha

Afinal o Museu de Arte Contemporânea tem um conselho consultivo. Para integrá-lo o secretário René Dotti nomeou Lizete Chipanski, representante dos funcionários da unidade museológica; Ivete Santos, Elvo Benito Damo e Genésio Siqueira Jr. Como representantes da comunidade José Humberto Bogusewski e Giuliano Fuganti, representando a Associação Profissional e Artistas Plásticos do Paraná. xxx

Em tempo de Blues

O boom jazzístico - com constantes edições tanto do que há de novo como tesouros do passado, através das excelentes coleções da CBS - o sucesso do Free Jazz Festival e, em termos locais, a aceitação que o Blue Note Jazz Clube obteve, provam que há um amplo mercado para a música instrumental. André Midani, um homem que sempre soube ver longe, sentiu isto e abriu as portas da WEA para o blues ter seu espaço no Brasil.

Karajan, davis e discos húngaros

Herbert von Karajan, o mais famoso maestro de nossa época, gravou tantos discos com sua Berliner Philhamoniker que, por certo, passarão muitos anos para que falte material para novas edições de seus magníficos trabalhos. Às vésperas dos 80 anos, gravemente doente e praticamente sem reger, Karajan continua mais presente do que nunca em gravações. Raro o mês em que a Polygram não edita um álbum (ou vários) nos quais ele é o grande regente.

Final sem protestos mas atrasos e algumas gafes

Com muito humor e informalidade, Ney Sroulevich assumiu os imprevistos: - É aquela história! A gente programa tudo, planeja, mas na hora afinal acabam acontecendo os fatos inesperados. O importante é que estamos aí.

Acertos e zebras na premiação do FestRio

Em absoluto, não pode-se dizer que o resultado foi zebra total: desde quinta feira, 26, quando "Out of Rosenhein" foi exibido na sessão para a imprensa, o filme alemão conquistou corações e mentes da imprensa - testemunhada pelos aplausos ao final. Igual reação ocorreu na sessão das 18 horas e a partir daí se passou a ter o filme dirigido por Percy Adlon como o grande favorito do IV Festival Internacional de Cinema, Televisão e Vídeo do Rio de Janeiro.

Melodia Sentimental de Olivia Byington

Livre e transparente, surge no disco de Olivia Byington, "Novo, e com a minha cara", diz ela, cara feliz, com a tranqüilidade do artista que se encontra com sua essência que "cria por necessidade de criar", sem concessões, "como quem pinta um quadro, como quem escreve um poema". Melodia Sentimental, o LP é música de câmara. Requintado e popular. E conversa de poucos (e ótimos) instrumentos, recuperando o clima de recital que Olivia, com seu companheiro Edgar Duvivier no sax, levou dois anos a cantar nos palcos mais diversos, para casas cada vez mais cheias.

Nos passos do "Potemkin", o grande premiado da televisão

Chega a ser cruel para quem busca a informação audiovisual e procura se atualizar com o que se faz de novo no mundo. O porre de imagens que caracteriza cada vez mais o FestRio faz com que se ao menos os longa-metragens, em competição, possam ser vistos, ou na sala Glauber Rocha ou nos cinemas da cidade, nos quais são reprisados, em relação aos vídeos e programas de televisão poucos conseguem acompanhar.

Índios e canoas deram o Tucano para Maria Luiza

Comparado a outros países do mundo, o Brasil tem uma liderança nos curta-metragens. Assim não é de estranhar que, a exemplo do ano passado o Tucano de Ouro nesta categoria tenha novamente ficado entre nós. "Cidadão Jatobá", de Maria Luiza Aboim, foi o grande vencedor, com sua linguagem simples, despojada - mas ao mesmo tempo fiel antropologicamente a cultura dos índios Iawalapiti, do Alto Xingu.

Só agora, 47 anos depois, o samba que foi ao navio

Dona Neuma não pode comparecer. Fez falta. Também dona Zica - viúva de Cartola, que a acompanharia, na última hora ficou impossibilitada de se deslocar de Mangueira para Ipanema, onde, na noite de quarta-feira, 25, no pequeno Doble Dose, aconteceu o mais aguardado lançamento musical em termos históricos: o disco Native Brazilian Music, gravado há 47 anos a bordo do navio Uruguai, sob a supervisão do maestro inglês Leopoldo Stokowski e organização do maestro Villa-Lobos - sob cuja égide sai esta edição de 3 mil exemplares da mais rara gravação de nossa MPB, dizia:

Os filmes do mercado (I) - "Casa Grande & Senzala", ainda no papel, já é negociado no FestRio

Alguém já viu um filme coreano? E as produções da Turquia chegaram alguma vez em nossas telas? E o cinema mais recente da Polônia e União Soviética tem alguma chance de conquistar o cada vez mais arredio público brasileiro - que vem caindo de ano a ano?

Os filmes do mercado (I) - Até o cinema turco veio para fazer bons negócios

Na mostra competitiva do FestRio tem chegado filmes de países distantes - totalmente desconhecidos no Brasil. Se este ano o Egito e a Índia estiveram ausentes, houve a agradável surpresa da Turquia, muito bem representada por um filme moderno, numa crítica sutil a publicidade e a televisão: "Oh Belinda!", de Atif Yilmaz - que no último FilmFestspiele, em Berlim, havia sido apresentado na mostra Panorama 87.

Cada festival na busca de suas características

Se internacionalmente a agenda dos festivais de cinema é intensa - com até cinco mostras acontecendo a cada mês, sejam de categoria "A" (nas quais só concorrem filmes inéditos), ou promoções menores, alguns de temas específicos, no Brasil também a multiplicação de eventos cinematográficos começou a preocupar os organizadores de forma a que não aconteçam promoções paralelas.

Os filmes do mercado (II) - Com belos desenhos, os coreanos buscam espaços

Houve época em que o nome de Walt Disney era sinônimo de desenho animado. Afinal, a bem organizada indústria americana impôs durante décadas um estilo de cinema animado que tinha nas criações desenvolvidas pelo pioneiro Walter uma escola de sucesso. Felizmente, hoje há uma diversificação imensa no cinema de animação, que especialmente em alguns países - como Canadá, a Polônia, a Checoslováquia e a União Soviética, cresceu de forma extraordinária.

Os filmes do mercado (II) - Da Bulgária a Nova Zelândia, os filmes que ninguém conhece

O cinema do Leste europeu, de repúblicas populares que tem fortes indústrias cinematográficas, também começa a se expandir, ao menos em amostragens. Embora no Brasil, embaixadas de alguns países socialistas só agora comecem a organizar ciclos informativos, a abertura de canais para possíveis negociações de filmes da Bulgária, Checoslováquia, Polônia e outros países - como o mercado paralelo do FestRio - mostra o interesse crescente em que um outro lado do mundo chegue as nossas telas.

Agora começou a maratona do 9º Festival de Havana

Guido Araújo, professor universitário, vice-presidente da Fundação Cultural da Bahia e que há 16 anos organiza as jornadas de cinema naquele Estado, assistiu ao FestRio e já na segunda-feira embarcava para Havana. Será membro do júri de curta-metragem do 9º Festival Internacional del Nuevo Cine Latino-americano, que inicia hoje na Capital de Cuba estendendo-se até, o próximo dia 17.
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