A apaixonada Melissa e a sensual Sabrina
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de março de 1990
Mulheres sós ou acompanhadas no mercado pop sempre se destacam. São caras (vozes) novas (algumas só no Brasil) que, de uma forma ou outra tem o seu marketing internacional - e que aqui são lançadas pelas multifonográficas - pois sempre há uma faixa aberta ao consumo fácil. Eis algumas destas.
Melissa Etheridge era uma desconhecida até há 3 anos. Mas bastou que Chris Blackwell, da Island Records, a visse num clube da área de Los Angeles, em 1986, para que acreditasse em seu potencial. A lançou num elepê que deslanchou. Melissa ganhou discos de ouro e até platina e até a indicação ao Grammy de "melhor rock performance feminina". "Brave and Crazy", seu segundo disco, sai no Brasil, em edição da Polygram. Aos 29 anos - 25 de carreira, considerando que aos 4 já dava os primeiros trinados sonoros em Leavenworth, Kansas, onde nasceu. Aos 12 anos compunha músicas na guitarra e no piano. A família deu força e ela ingressou na Berklee School of Music mas não agüentou a barra: depois de um ano decidiu cair na noite - inicialmente em Boston e depois em LA, onde seu pigmaleão Blackwell a descobriu. Mas antes disto foram 5 anos de pedreira. Em "Brave and Crazy" traz letras apaixonadas, interpretadas por uma voz rascante acompanhada por violão, guitarra, baixo e bateria.
Sabrina vem com tudo! Morena, sensualíssima - nas fotos de capa e contracapa de seu lp (Bite Five/Polygram) mostrando seios dignos da Fafá de Belém, esta cantora-disco tem um repertório fácil, na linha balançante, com músicas cujos títulos já antecipam sexualidade que transpõe: "Hot Girl", "Kiss", "Sexy Girl", "Kiss Me" etc. Uma cantora, sem dúvida, para fazer as delícias do DJs na montagem de fitas para discotheques da pesada...
Três em um - Pajama Party é o original nome de um trio vocal que reúne três deliciosas jovens - Daphne Rubin-Vega, Amanda Romi e Lynn Critelli que no álbum "Up All Night" (Atlantica/WEA) atacam com um repertório balançante, composto pela dupla Peggy Sandars e Jim Klein.
Ao contrário de Sabrina, Daphne, Amanda e Lynn surgem recobertas de peles, lãs e casacos - o que significa que ao menos as fotos de capa e contracapa foram feitas no inverno nova-iorquino. Mas elas são quentes e envolventes nas músicas que apresentam - para a faixa específica, é claro!
S.O.S. Band traz duas belíssimas crioulas - Chandra Curreley e Fred Grace, nos vocais, acompanhadas por 5 criolões - Jason Bryant (teclados/vocais), Bruno Speight (guitarra), Abdul Raoof (pistão), Marcus Williams (bateria) e Kurt Mitchel (baixo) chegam no elepê "Diamonds in the Raw" (CBS). Em boas combinações vocais, num revezamento democrático, a música que este novo grupo traz chega até a se destacar entre tanto som pop que é colocado ouvido adentro dos brasileiros. Um destaque especial para "Man Don't Cry", com vocais destacados de Chandra e Fred Grace, este retornando também em "Secret Wish", enquanto "Crossfire", em duas partes, é o momento de solo de Abdul Raoof.
Enviar novo comentário