Arte Classe A
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de julho de 1977
Desde que inaugurou a Acaiaca, há mais de dois anos, o Marchand Jorge Carlos Sade trouxe um novo conceito em nosso ainda débil mercado de artes plásticas: a necessidade de profissionalização dos artistas, de encarar a obra de arte como uma mercadoria de valor e, sobretudo, respeitar o cliente - oferecendo-lhe peças de valor, com cotação e de autenticidade indiscutível. Esse tripé lhe garantiu uma posição de destaque no mercado, fazendo que, com posições independentes e muitas vezes críticas ao "donos do poder" na arte tupiniquim, Sade tornasse sua galeria um pouco de referência básica quando se fala em mercado plástico no Paraná.
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Agora, Sade prepara-se para um novo projeto: a partir de 1978 será ainda mais rigoroso em suas individuais, escolhendo com o máximo critério os artistas que merecem expor em sua galeria e, adquirindo, antecipadamente, toda a produção. Com isso poderá manter preços justos, dar ao artista a compensação imediata pela sua obra e sobretudo contribuir para melhorar e sanear o mercado. Uma ou duas coletivas no máximo, geralmente nos meses de férias.
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Terça-feira, à noite, Sade inaugurou a sua coletiva de julho: "A Arte Classe A". Ao contrário do ano passado, permitiu, desta vez, que os artistas que já expuseram com ele - ou cujo curriculum assim justificasse - que se habilitassem a participar. E o resultado é uma visão panorâmica de diversas tendências, técnicas e estilos - que vai desde um legítimo Krajeberg à Cr$ 20 mil até fotografias de vários profissionais que oscilam de Cr$ 2 a Cr$ 3.500,00, passando por gratas revelações, como o escultor Jaime Piloni, 25 anos, paulista de Berigui, ex-seminarista e cujas talhas impressionam por sua força de imaginação. Uma visão ampla da arte paranaense, numa das últimas coletivas abertas de Sade.
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