Artigo em 17.12.1981
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de dezembro de 1981
Não é só nos cartões de Natal que se procura a originalidade. O convite de casamento da compositora Rosy Grecca e Luiz Gonçalves é também significativa de novos tempos de comportamento jovem. Compositora inspirada, com uma obra que já merecia estar num elepe, Rosy e Luiz decidiram oficializar seu relacionamento distribuindo um convite em papel crepe, comum desenho onde um sol em formato de coração desponta no meio da verde entre as imagens de uma cidade. A mensagem tem uma poesia musical de Rosy: "Quisera um sol insolente amanhecesse firme/órgãos, mente e coração rumo a um novo homem/Quisera firmemente ele cegasse alguns, acalentasse outros, aquecesse imensidões, tal qual as iluminasse/ Artefato, fato de cantar, de cozer, de limpar a rua, de amamentar o filho, de lavrar a terra.
Arte do simples viver, do simplesmente ser, do simples sentir. Um corasol, sentir e pensar. E agir!
Quem sabe um dia, se resistirmos ...
Arte nativa broando no coração do homem, para o homem, rumo à nova tribo.
Quisera esse sol. Presente em algum amanhecer".
xxx
Em seguida a esta poética e ecológica mensagem, vem o "MANIFESTO DO ACASALAMENTO", com os seguinte dados: "Dia 20/12/81 / Parque da Barreirinha ; Cabana de Sapé / Desejejum, às 9:00 horas / Música / Tecnologia endógena / Fotografias / Livros / Desenhos / Roupas / Poemas / Pinturas / Caldo de cana / amigos / Manifesteiros: levar garfo e faca".
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