Milton Luiz, o homem do Paraná que chega ao STF
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 12 de abril de 1992
Ao assumir uma cadeira no Superior Tribunal Federal, em Brasília, no próximo dia 23, o ministro Milton Luiz Pereira deverá fazer um discurso que possivelmente se tornará histórico. Não só na condição de um extraordinário orador - virtude desde seus tempos de estudante, mas porque, com a precisão de homem da justiça que teve a formação jornalística através do rádio, deverá lembrar uma vida humilde, voltada ao trabalho e a lei, que o conduzem agora, aos 60 anos - completados em 19 de dezembro último - a um dos mais altos postos da magistratura brasileira.
Mesmo paulista de Itatinga, filho de um modesto farmacêutico mineiro - "sêo" José Benedito - Milton Luiz, ao assumir uma das 23 vagas no STF estará representando a conquista de um lugar, numa das duas mais altas cortes da Justiça. Cargo que o Paraná [reivindicava], sem ser atendido, há meio século, desde que Ubaldino do Amaral (Lapa, 27/08/1842-RJ, 22/1/1920) foi o único paranaense a chegar no STF após ter sido Senador, diretor do Banco do Brasil e Ministro do Tribunal de Haya, juntamente com Rui Barbosa e Clóvis Bevilaqua.
Milton Luiz Pereira, escolhido em lista tríplice para um cargo para o qual muitos são os pretendentes mas raros os escolhidos, tem uma [vivência] nos campos do rádio - jornalismo, da política e da vida judiciária que o fazem um dos homens mais estimados do Paraná. Raras vezes, houve uma unanimidade tão forte [para prestigiar] um nome como [o] que, [espontaneamente], todas as forças do Paraná - Governo Estadual, Legislativo, Justiça, imprensa e diferentes instituições - se mobilizaram [para] que fosse o magistrado escolhido para a corte que, criada pela Constituição de 1988 (artigos 104 e 105), que divide com o Tribunal Superior Federal, (que analisa apenas as questões constitucionais) os [processos] que sobem ao mais alto nível da Justiça.
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Luiz Pereira, quando prefeito de Campo Mourão, teve a consagração da população por uma administração modelo. Optou pela carreira na Justiça do que a política, quando poderia ter sido Senador
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