Login do usuário

Aramis

Tarso, o homem de Visão na conquista de mercados

O ex-ministro Karlos Rischbieter acabou tendo uma prova de que ainda desfruta de um bom prestígio junto às áreas econômicas de maior influência no Brasil. Na noite de segunda-feira, no salão de eventos do Makdoud Plaza Hotel, em São Paulo, desde que chegou para o jantar de homenagem a Paulo Tarso Flecha de Lima. Home de Visão-81, Richbieter foi centro de influentes rodas de empresários e políticos - nada menos que 3 governadores, ali estavam - Francelino Pereira (Minas Gerais), Antônio Carlos Magalhães (Bahia) e Paulo Malluf (SP) e quando foram anunciados os nomes das autoridades, aplausos entusiásticos saudaram a Karlos Kishbietter. Numa das rodas em que participava, momentos antes do jantar ter início, um amigo dos tempos de Brasília perguntou a Karlos, sua posição em relação ao governo do Paraná, ao qual respondeu, com bom humor: - Antes de sair do ministério, fiz um acordo com o presidente Figueiredo: ele me convocaria quando achasse necessário. E acho que só seria governador se houvesse necessidade de alguém cujo primeiro nome começasse com "K" e terminasse com "R". xxx O engenheiro Henry Makssoud, presidente do grupo Visão e da Hidroservice, a maior empresa de consultoria do Brasil, por um engano do mestre-de-cerimônias da festa, foi o primeiro a discursar e assim acabou fazendo um improviso, onde mostrou o seu bom humor. Com tiradas inteligentes, não deixou de fazer colocações em relação [à] liberdade da iniciativa, mola mestra de sua filosofia empresarial e a qual atribui a grande alavanca desenvolvimentista. Justamente, a iniciativa do embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima, diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamarati, em buscar novos mercados para o Brasil, o levou a ser escolhido para o troféu Bandeirante de Jacarandá, que há quase 25 anos é entregue a uma personalidade da vida pública. Diplomata convicto da importância cada vez maior do comércio internacional como fator de progresso, para Paulo de Tarso "não alternativa para um país em desenvolvimento mesmo porque o mundo de hoje não comporta mais modelos autárquicos. Um bom exemplo é o da China, que se rendeu ante este evidência e está procurando abrir o leque de suas relações comerciais com o mundo inteiro". Assim, para Paulo Tarso, um mineiro de 48 anos, as práticas protecionistas dos países industrializados prejudicam tanto as nações atingidas pelas medidas discriminatórias quando os consumidores das próprias nações que as aplicam: "são a pior praga do comércio internacional". Ele afirma, aliás, que os países desenvolvidos, que tanto condenam os subsídios e outras medias de estímulo às exportações do chamado Terceiro Mundo, também os aplicam - mas disfarçadamente, embutidos nos mecanismos de crédito, ficais ou de fretes. A solução? Fazer o mesmo. "O que não podemos fazer é imprimir manuais para exportadores, enumerando a lista de subsídios. É preciso agir com mais refinamento, seguindo o figurino de países que conseguem trazer automóveis do outro lado do mundo até nossas fronteiras a fretes inexplicavelmente baixos. Assim, na opinião do Homem de Visão-81, o empresário brasileiro está apto a enfrentar de peito aberto o mercado internacional. "Ele ganhou tanto em maturidade quanto em agressividade. Já se preocupa em produzir para o mercado, em manter controles e padrões de qualidade, em buscar dados. Perdeu o ranço provinciano, luta com muita garra para manter seus clientes e conquistar novos compradores, cada vez confunde menos as viagens de negócios com excursões turísticas. Ainda persistem algumas resistências psicológicas, herança de um país que vivem muito tempo voltado para si próprio, mas estamos cada vez mais equipados para disputar fatias melhores e maiores do mercado nacional".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
6
17/12/1981

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br