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Aramis

Belas Artes com um pacote de inéditos

O pacote inicial de 25 filmes inéditos que a Belas Artes começa a exibir neste final de ano em São Paulo e que durante o primeiro semestre de 1991 chegará a pelo menos 40 cidades brasileiras já mostra o cuidado com que Jean Gabriel Albicoco teve ao fazer a seleção. São filmes produzidos entre 1986/90, de diferentes gêneros e estilos, alternando tanto realizadores já consagrados, como outros ainda desconhecidos no Brasil - justamente pelo fato de que há pelo menos 5 anos que a cinematografia francesa não tem uma distribuição regular entre nós. Assim, há surpresas notáveis como "Quando Acaba a Guerra" (Aprés La Guerre), de Jean Loup Hubert - que, numa primeira visão de parte destes filmes - foi a que mais nos emocionou: a história de duas crianças, nos últimos dias da II Guerra Mundial, numa caminhada com um desertor alemão - em excelente interpretação de Richard Behringer (visto em "O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher o Seu Amante"). Como Hubert, também são conhecidos ainda no Brasil cineastas como Patrice Leconte - que realizou dois filmes incluídos na mostra ("O Marido da Cabeleireira" e "Um Homem Meio Esquisito"), Pierre Jovilet ("Caso de Força Maior"), Eric Rochant ("Um Mundo sem Piedade / Un Monde Sans Pittie"), André Delvaux - que transpôs para a tela, com o excelente Gian Maria Volonte e Sami Frey (um ex-marido de Brigitte Bardot) "A Obra em Negro" (L'Oeuvre au Noir), de Margarida Yourcemar. Ao lado destes, há cineastas consagrados (Godard, com "Nouvelle Vague", Bertrand Blier, com "Linda Demais para Você", Claude Chabrol, com "Um Assunto de Mulheres", Claude Lelouch, com "Itinerário de um Garoto Mimado", etc.), sobre os quais falaremos domingo, bem como de filmes de outros países - como do indiano Satyativ Ray ("Os Galhos da Árvore") do africano Otar Issolieni ("E a Luz se Fez") e do canadense Denys Arcand ("Jesus de Montreal"), que também chegarão, finalmente, ao público brasileiro graças à formação do novo e amplo circuito Belos Artes. LEGENDA FOTO - "Nikita", o último filme de Luc Bresson ("Subway", "Imensidão Azul") é o primeiro filme da programação da Belas Artes, que entrará no novo circuito de arte.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
21/12/1990

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