A busca dos títulos mais pornográficos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de setembro de 1985
Uma das dificuldades dos produtores das pornoproduções da Boca do Lixo, em São Paulo, está em encontrar títulos para essas "realizações". Como a liberalidade chegou a extremos e o público começa a cansar do mesmo esquema nos pornofitas de sexo explícito, as apelações nos títulos tornam-se cada vez mais agressivas, como se pode notar pelos nomes das produções exibidas nos cinemas específicos que exploram esse tipo de programação.
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Os títulos são tão agressivos que vereadores de São Paulo e Curitiba ( aqui, o sempre puritano e feroz Luis Gil Leão ) tem dado urros contra "essa agressão contra aqueles que não desejam compactuar com tanta imoralidade ". Além da proibição das fotos, os vereadores querem, também, que os títulos das pornofitas se limitem às áreas internas dos cinemas, não podendo mais ocupar marquises voltadas para a rua.
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Nessa semana, por exemplo, o São João exibe " Abre as pernas, coração ", dirigida pelo "especialista" Mario Vaz Filho, com Paula Sanches, Sandra Midori e Luciano Dantas. Em outros filmes, as atrizes preferem usar pseudônimos. No elenco de "Escândalos do Sexo Explícito" em cartaz no Glória l, o elenco é apresentado da seguinte forma : "Bob, a cobra macho; Eliana, a boneca de carne; Beth e Sandra, as campeãs; e Luana e Iloá, as mulatas". Já os diretores (sic) desses filmes também preferem, muitas vezes, o anonimato. Os pseudônimos curiosos. Fauzi Mansur, responsável pelo "Analista de Taras Deliciosas", exibido a semana passada no São João, assinou o filme como nome ao contrário: Rusnam Izuaf.
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No Glória l, a programação é dupla: "Escândalos do Sexo Explícito" e "A Mansão do Sexo Explícito". Aliás, Sexo Explícito consta em mais de 20 títulos de pornofitas lançadas nos últimos meses. Entretanto, o título mais audacioso até agora usado foi: "Dracula chupa... e não é no pescoço".
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