Carvalhinho, o mecenas do Edifício Monteclaro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de novembro de 1991
Ao encontrar-se com o empresário José Carlos de Carvalho em recente recepção, o sempre irreverente jornalista João Milanez, presidente da "Folha de Londrina", fez questão de saudá-lo como "o grande benemérito dos condôminos" do edifício Monteclaro. E foi explicado que graças a generosidade de Carvalho - suplente do senador e sempre nominado candidato a cargos eletivos - os 18 outros endinheirados proprietários do sofisticadíssimo edifício concluído há pouco no Jardim Champagnat viram o prédio ficar ainda mais valorizado sem despesas adicionais.
- "O Carvalhinho ficou com pena dos outros condôminos e bancou sozinho obras complementares, como a pavimentação de mármore na entrada e um sistema de segurança que usa até computador" - disse Milanez.
Carvalho admite que, preocupado em que o edifício tenha o gabarito que ele - como dono do Penthause - exige, realmente decidiu oferecer algumas obras complementares, "que eram necessárias serem concluídas, independente de aprovação dos condôminos - que poderiam se assustar com os custos".
Cada apartamento - um por andar - no Monteclaro, mede 600 metros quadrados e o valor já se aproxima de Cr$ 200 milhões. "Portanto, o edifício tem que ter mesmo um acabamento especial", diz o empresário.
Quando foi nomeado Secretário da Indústria e Comércio, no governo Álvaro Dias, José Carlos de Carvalho não gostou da decoração do modesto gabinete no edifício Castelo Branco. E, por sua conta, mandou fazer uma completa reforma - que ali ficou quando ele, meses depois, deixou o cargo.
- "Foi uma contribuição para o Estado" - explica em seu sorriso de homem que hoje comanda empreendimentos de bilhões de cruzeiros e há poucos dias assinou um contrato de financiamento de US$ 100 milhões para a indústria de papel que está tocando no Paraná.
LEGENDA FOTO - Carvalhinho: mecenato imobiliário.
Enviar novo comentário