Histórias do Carvalhinho
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de janeiro de 1987
O empresário José Carlos de Carvalho, 51 anos, não se assusta com os novos compromissos que o aguardam a partir do dia 15 de março - ocupando a Secretaria da Indústria e do Comercio. Perguntado se deixaria a presidência da Associação Latino-Americana de Revendedores de Automóveis, o Carvalhinho não teve dúvidas:
- "Não há nenhuma incompatibilidade, muito pelo contrário!"
E a questão de tempo? - contra-argumentou um repórter.
- Hoje estou acostumado a começar meu dia em Curitiba, almoçar em Brasília, jantar no Rio e vir ainda dormir em Curitiba - mantendo em cada capital uma ou mais reuniões.
Acrescentando:
- Aliás, já costumo mandar fazer ternos com uma calça e três paletós: uma para cada um de meus escritórios.
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Há algumas semanas, em São Paulo, participando de importante reunião, Carvalho foi encarregado de preparar a ata da sessão. Finda a sessão, os participantes foram almoçar no centro. Carvalhinho desculpou-se, foi para Congonhas, apanhou seu jato particular (há pouco substituiu o antigo Sêneca por um modelo mais rápido) - e veio para Curitiba. Durante a viagem fez a ata e chegando ao seu escritório mandou a secretária passar, por telex, para seus companheiros de reunião. Que, nestas alturas, nem haviam ainda acabado de almoçar. Enquanto que, de Curitiba, enviando o texto, Carvalho já se preparava para viajar ao Interior - no roteiro que o leva, ao menos quinzenalmente a percorrer os municípios onde dirige empresas.
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Para o almoço com os jornalistas, na semana passada, Carvalho pretendia oferecer um sofisticado modelo de relógio de mesa. Só que as unidades de que dispunha acabaram indo para seus amigos da imprensa de Brasília, e, para Curitiba trouxe canetas adquiridas na Arigatô, sofisticada loja do Shopping Center Ibirapuera. Carvalhinho deu a explicação durante a entrevista coletiva, e, comentando que só em abril os novos relógios ficariam prontos, prometeu atendendo a sugestão de seu amigo Ilson Almeida:
- Assim, em abril a gente volta a se encontrar em novo almoço!
Lembrando o ex-ministro Eduardo Portela, da Educação e Cultura, José Carlos de Carvalho explica que não se considera secretário da Indústria e do Comércio. Explica:
- Eu estarei secretário. Serei sempre o Carvalho, presidente do grupo Corujão, isto sim! É tudo uma questão de saber usar os verbos no tempo certo.
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