Cidade acampamento
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de setembro de 1976
Os dois casais de arquitetos autores do projeto para a cidade acampamento destinadas aos operários, técnicos e engenheiros que constroem a barragem de Salto Santiago, no Paraná, foram premiados pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, secção do Rio de Janeiro, na categoria de "Projetos para fins Diversos". Agora, o número 2 da revista "Engenharia de Hoje" (Bloch Editores, agosto/76, circulação dirigida) destinou seis páginas coloridas para detalhar o projeto.
Os autores do projeto são bastante jovens: Sergio Ferraz Magalhães e sua esposa Ana Luiza Petrick, Clovis Silvestre e Silvia Pozzana de Barros, os três primeiros formados em 1967 e a última, graduada pelo Instituto di Architettura di Venezia, em 1968. O projeto da cidade provisória, já praticamente construída em Salto Santiago, vai abrigar até 18 mil pessoas - operários e suas famílias - deslocadas para as margens do rio Iguaçu para erguerem a nova usina da Eletrosul - Centrais Elétricas do Sul do Brasil S/A, A ausência de qualquer aglomerado urbano nas imediações, levou a Eletrosul a construir uma cidade-acampamento de 57 Km que, ao final das obras - 1981 - será removida para novo local, onde o programa de trabalho da empresa o exigir.
A maioria das edificações da cidade-acampamento tem como cobertura um combinado de fiberglass e plástico, eleito para confecção dos painéis e que está marcando fortemente a paisagem urbana que surge as margens do Rio Iguaçu. Motivo da escolha: a necessidade de um material que aliasse leveza, robustez e contribuísse esteticamente, dando caráter a cidade. Outras exigências ainda incluíam resistência a intempéries e a impactos mecânicos, durabilidade e possibilidade de reaproveitamento a custos competitivos com outros materiais analisados.
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