Supercinema para a cidade
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de janeiro de 1975
Numa época em que os empresários do setor de exibição tendem a diminuir suas casas, abandonando os cinemas ociosos - só em 1974, em Curitiba, três deles deixaram de funcionar (Flórida, na Rua Marechal Floriano; Guarani, no Portão e Mercês, na Avenida Manoel Ribas), além do Excelsior (Rua Saldanha Marinho) ter permanecido fechado por vários meses - não há dúvida de que a decisão do sr. João Lindolfo Deckmann em construir no bairro da Colonia Argelina - entre o Juvevê e o Bacacheri um luxuoso cinema de mil lugares, com estacionamento para 200 carros, investimento de mais de Cr$ 2 milhões, é corajosa. Muito corajosa!
A inauguração do novo cinema - Supercine Ribalta, foi o nome escolhido estava programado para quinta-feira, dia 23 mas há uma semana, ao testar a cabina de 70mm, importada da Italia, com o filme "Tora Tora", foi constatada a falta de uma lente amórfica especial, que a fábrica esqueceu de enviar junto com os projetores. Assim, só quando chegar a lente é que poderá ser marcada a data para o inicio das atividades do Supercine Ribalta. Mas o exibidor Deckmann tem um problema: os grandes grupos de distribuição não querem lhe ceder filmes inéditos, de forma que a inauguração será com uma reprise, possivelmente "Os Dez Mandamentos" (The Tem Commandments, 56, de Cecil B. de Mille), evidentemente em cópia nova, de 70mm.
O Supercine Ribalta (Avenida Munhoz da Rocha, 1504, ao lado do Graciosa Country Clube) terá requintes sofisticadíssimos: luxuosa sala de espera, mobiliada em estilo colonial; sala para fumantes, separada da platéia por parede envidraçada; música ambiente estereofônico e até um pianista, como nos velhos tempos do cinema mudo, antes do inicio de cada sessão, na sala de espera.
Pioneiro do Cinerama no Paraná - há 10 anos, no Coliseu, em Cascavel foi o primeiro a instalar aparelhagem 70 mm, João Deckmann acredita que apesar da televisão ainda há público para o cinema.
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