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Aramis

Começamos a entrar na época dos videomakers

Classificar como um "movimento" talvez seja precipitado, já que até agora os trabalhos têm sido desenvolvidos graças a esforços individuais ou de pequenos grupos. Mas sem duvida as novas perspectivas trazidas pela época do vídeo no que diz respeito à criação de projetos audiovisuais está estimulando a dezenas de pessoas a se lançarem na aventura fascinante de fazerem suas primeiras "obras". O nível amadorístico começa a ser substituído por maiores critérios, especialmente graças aos dois cursos que o Museu da Imagem e do Som, na administração Valêncio Xavier, patrocinou e esforços isolados dos videomakers mais esforçados. Da quantidade sairá a qualidade e, repetimos, nos próximos festivais nacionais nesta bitola o Paraná poderá acontecer. Há 4 anos, quando presidia o Clube Curitibano, com sua visão de administrador cultural, Constantino Viaro pensava em promover um festival de vídeo - que, infelizmente, acabou não se concretizando. Por coincidência, é o seu primogênito, Guido, 20 anos, que poderá estar disputando festivais de vídeo, ainda este ano, com "Crepúsculo", trabalho de estréia, em fase de finalização. Uma dezena de outros vídeos deverão estar prontos a tempo dos festivais e mostras que acontecerem nos próximos meses - alguns com boas condições. A (feliz) idéia que o artista plástico e cinemaníaco Walton Wysocki, curador da mostra Curitiba Arte V, teve, ao propor ao organizador do evento (Alcy Ramalho Filho), em abrir um espaço para vídeos, provou que há trabalhos locais, para disputar num evento. Apesar da modéstia desta primeira edição (praticamente restrita aos realizadores de Curitiba), concorreram trabalhos interessantes, que descontadas as limitações técnicas/estéticas, mostram gente jovem querendo fazer bons trabalhos. Motivo suficiente para o prefeito Jaime Lerner, que pessoalmente sempre foi um entusiasta dos recursos audiovisuais, determinar a efetivação de um grande festival de vídeo, tendo Curitiba como tema e que poderá enriquecer bastante a nossa memória visual. Para tanto, só depende que seja definida a utilização da central de vídeo, herdada da administração Roberto Requião, atualmente precariamente utilizada, já que a FUCUCU não dispõe de pessoal gabaritado para o seu devido aproveitamento - assunto que preocupa Lerner. Dispondo de câmeras, ilha de edição e outros recursos técnicos, esta central - atualmente depositada no Solar do Barão - precisa de uma orientação segura e profissional, não podendo, obviamente, ficar apenas para os "amigos" dos atuais donos do poder na Secretaria Municipal da Cultura.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
14/05/1989

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