Concurso do Guaíra
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de julho de 1984
A Fundação Teatro Guaíra só agora está divulgando o regulamento do concurso de monografia sobre fatos ou pessoas ligadas ao Teatro Guaíra. O prazo para inscrição encerra-se dia 15 de agosto, o que significa que só mesmo os que possuem algum trabalho em andamento terão condições, em apenas um mês; de apresentar o texto mínimo de 10 e máximo de 50 laudas. Afinal; mesmo não sendo dos mais extensos, um trabalho monográfico exige pesquisas e prazo, para ser bem escrito, de forma que divulgar um concurso apenas quatro semanas antes de encerrar as inscrições é, no mínimo, discutível.
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Também o valor da premiação não é de estimular ninguém: apenas Cr$ 500 mil, "deduzidos os tributos legais" e ainda para ser pago somente a 28 de setembro de 1984. Acrescente-se a inflação de 230% e se verificará que, na verdade, a remuneração por esse trabalho intelectual será mínima. O setor de editoração da Secretaria da Cultura (?) promete publicar a monografia vencedora deste concurso- que faz parte das comemorações (sic) do centenário do Teatro Guaíra
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Há em Curitiba algumas pessoas que têm se voltando a estudar o Teatro Guaíra. Entre eles, o professor e escritor Newton Stádler de Souza, que há 10 anos coordenou um trabalho de equipe desenvolvido pelos alunos do extinto curso de jornalismo da Universidade Católica. Armando Maranhão, fundador do Teatro do Estudante do Paraná, também tem muitas anotações sobre a história de nosso teatro, sem falar nos irmãos Ceres e Mba de Ferrante (ele diretor do Arquivo e Microfilmagem do Estado), que há anos prometem um ensaio biográfico sobre a contribuição que seu pai, Salvador de Ferrante, deu ao teatro paranaense, nos anos 20 e 30, Eis a ocasião para os irmãos Ferrante terminarem seu ensaio e ainda ganharem uma premiação que, embora de valor ridículo, pode custear ao menos as despesas de montagem do texto.
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