Login do usuário

Aramis

Confissões de Vieira

Com a simplicidade que o caracteriza, o banqueiro José Eduardo Vieira, presidente do Bamerindus, dizia a um grupo de jornalistas,, quarta-feira à noite, durante um jantar informal: - " Eu me formei em contabilidade e para mim a economia é a diferença entre o dever e o haver. O importante é não sair desses parâmetros". Ante um grupo de jornalistas especializados na área de economia, entre os quais o colega Ilson Almeida, diretor de redação de O ESTADO DO PARANÁ, José Eduardo demostrou sua maneira simples, cordial e sincera de encarar a realidade - num raciocínio lógico e objetivo que desenvolveu em 28 anos de atividades junto a organização fundada por seu pai, Avelino Vieira, e cuja presidência teve que assumir num momento dramático, quando da morte dos irmãos. Apesar do clima de informalidade e confraternização do jantar, que reuniu jornalistas da área de economia e correspondentes de veículos nacionais, o encontro acabou numa mini-entrevista coletiva, provocada, principalmente, pela natural curiosidade de alguns profissionais de órgãos nacionais, interessados em conseguir posicionamento político do presidente do Bamerindus. Habilmente, José Eduardo Vieira respondeu a todas as questões, não deixou pergunta alguma sem resposta e mostrou sempre colocações muito claras. xxx Como aperitivo do jantar, Sérgio Reis e Eloy Zanetti, diretores da área de comunicação do Bamerindus, apresentaram um documentário de 25 minutos, "Oeste - A Nova Fronteira", que Andres Bukoski rodou nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia. A exemplo dos documentários feitos sobre o Paraná e Rio Grande do Sul, trata-se de belíssimo trabalho, com imagens precisas, linguagem perfeita e emoldurada por uma ajustadíssima trilha sonora, especialmente criada por Renato Teixeira. Os três documentários produzidos pelo Bamerindus - cujas cópias (inclusive em vídeo-cassete) tem sido exibidas no Brasil e no Exterior - poderiam, tranquilamente, abocanhar premiações em festivais nacionais e internacionais. Atualmente, André Bucowski faz um quarto filme, desta vez focalizando Santa Catarina, dentro do projeto da Umuarama em documentar todas as regiões em que o Bamerindus atua. Ou seja, todo o Brasil, pois hoje o Bamerindus dispõe de 8l8 agências, 152 postos de serviços, 5 caixas avançados e 14 departamentos de câmbio. Dispõe, ainda, de 70 cartas patentes, que permitirão a instalação de igual número de novas agências, além da autorização para instalar mais 7 caixas avançados e 4 postos de serviços. São 50 mil funcionários e 100 diretores, espalhados pelo Brasil todo, comentou o presidente José Eduardo Vieira. Em sua visão [liberal], o presidente do Bamerindus defende a liberdade da área financeira para o surgimento de novos bancos, ao contrário da política de concentração em uma rede fechada, impulsionada há anos pelo ministro Delfim Neto. Hoje, para a abertura de um novo banco, o custo inicial, apenas pela carta-patente, é de Cr$ 10 bilhões, o que faz com que cada vez mais o mercado financeiro se fortaleça nas organizações existentes.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
14
04/08/1984

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br