Crise de vocações
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de julho de 1976
Durante a Semana Teológica, prevista para os dias 28 de setembro a 1º de outubro, um dos temas a serem discutido será o da tão propalada crise de vocações. Embora a temática central do encontro, organizado pelo Studium Theológicum, seja a abordagem sociológica da religiosidade popular, naturalmente neste evento serão tratados de aspectos ligados ao baixo número de novas ordenações sacerdotais.
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O Serra Clube do Brasil, entidade que atua em todo o mundo, reunindo homens dispostos a "trabalhar pela formação e consolidação das vocações, através da oração, meditação evangélica e programas de divulgação", recentemente fez pesquisas que revelaram que 30% dos jovens possuem vocação sacerdotal, mas que é "sufocada pelo tumulto da vida moderna e a incompreensão das famílias" na opinião de um dos líderes do Clube, o carioca Ulisses Claudio Lonzetti.
Informações oficiais do Centro de Estatística Religiosa e Investigações (Ceris) mostram que o número de padres no Brasil, que em 1963 era de 12 mil 398, em 1974 passou a 12 mil 683. Numa prova de que o crescimento de religiosos não acompanha a explosão demográfica de nosso País, é o fato que se em 1963 houve 309 ordenações, em 1974 houve apenas 216.
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O Serra Clube, organização internacional, leiga, fundada em 1935, tem atualmente 400 clubes em todo o mundo e cerca de 1 mil 200 sócios. No Brasil, o primeiro Serra Clube foi fundado no Rio de Janeiro em 1965.
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Em decorrência desta crise de vocações, hoje a ordenação sacerdotal de um jovem passa a ser um evento importante. Domingo, na Paróquia N.S.Rainha dos Apóstolos, em São Paulo, o arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns, ordenará um jovem ligado ao Paraná, Valter Battistin, da Sociedade do Apostolado Católico (Palotino).
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