A cueca-cofre de Espigão
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de julho de 1976
O pintor Wilson Andrade e Silva, um dos melhores das artes plásticas do Paraná e que hoje, dedicando-se apenas à pintura (no passado foi publicitário, assessor e até diretor de Assuntos Culturais) segue os passos do prospero Erico da Silva, realizou há duas semanas um antigo sonho: viajar à Europa. Embora seja paulista de Botucatu - e não mineiro da Zona da Mata, o bom "Espigão" é um homem prevenido e desconfiado: ouviu falar tanto dos roubos que estão sujeitos os turistas brasileiros nas capitais européias que acabou encontrando uma solução originalíssima.
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De princípio, Wilson Andrade e Silva interrompeu por algumas horas o seu trabalho de pintor e, na melhor maneira de Denner, dedicou-se a bolar um tipo especial de roupa íntima masculina: uma cueca com bolsos a prova de ladrão. Mediu cuidadosamente o tamanho das notas de dólares, francos, liras e marcos que levou, fez um cálculo de resistência de tecido e, tudo pronto, mandou confeccionar meia dúzia de cuecas com bolsos superprotegidos, aos quais nem Houdini ou Meneghetti conseguiria roubar. Só mesmo levando o bom Espigão junto.
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A fórmula encontrada por Wilson parece ser tão segura que o seu amigo Érico da Silva, não só vai fazer o mesmo tão logo viaje novamente à Europa, como estão pensando em industrializar o produto.
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