A pintura de Álvaro e Wilson segundo Cleto
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de maio de 1986
Cleto de Assis, artista plástico, homem de comunicação, hoje radicado em Brasília, foi muito feliz ao definir os trabalhos de Wilson Andrade e Silva e Álvaro Borges, no catálogo da exposição que estes dois respeitados artistas fazem na Casabranka (até o dia 7 de junho).
Companheiro de geração de Álvaro e Wilson, ambos artistas que durante anos garantiram a sobrevivência como publicitários - o primeiro no departamento de propaganda da Hermes Macedo, o segundo tendo vindo para Curitiba como contratado da S.J. Mello, nos anos 50 - Cleto lembrou: "Crescidos na envolvência da ilustração que o trabalho publicitário impôs, sabem usar as cores puras, sem, entretanto, perder a sobriedade. As tintas são colocadas sem nenhuma tensão, livres, mas dentro de um comportamento que as restringe a um conjunto harmonioso em que todas as tonalidade têm dosagem equilibrada."
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Outro ponto de identidade entre Álvaro e Wilson, salientado por Cleto de Assis: "Na visão panorâmica de Wilson, a paisagem, quase sempre deitada em berço esplêndido, acentua a sua serenidade em estreita e predominante ligação com a linha do horizonte. Álvaro, por sua vez, levanta quase sempre, sua visão para o céu, marcando, com certa força e persistência, a verticalidade fornecida pelos troncos de árvores, vasos ou mastros de navios, acusando, talvez, o sentido de religiosidade que o homem-pintor cultiva e que já foi detectado sabiamente por Aurélio Benitez."
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Tem razão Cleto ao afirmar que Wilson e Borges conseguem transmitir em seus quadros a magia da paisagem brasileira, na qual o sol também liberta as cores puras, os verdes e terra luminosos que contrastam com os cerúleos azuis de um céu menos apagado pela neblina ou pela poluição de outros países. Os quadros destes dois pintores são obras perenes, feitas com arte e engenho. Porque sabem dizer, sem precisar que se expliquem.
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