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Wilson Boia, o amor pela MPB e história

Em apenas quatro anos de Curitiba, o historiador Wilson Boia vem realizando um trabalho de pesquisa histórica, em torno de diferentes personalidades de nossa vida cultural, que há muito exigia um "fuçador" organizado e entusiasta como ele. No ano passado, foi o vencedor do concurso de monografias Gralha Azul, com um trabalho sobre o historiador David Carneiro. Agora, decidiu concorrer de forma tríplice no concurso de monografias da Secretaria da Cultura com ensaios sobre o jornalista Alceu Chichorro, o escritor Newton Sampaio e o poeta Rodrigo Júnior. Com três livros inéditos - sobre o escritor francês Guy de Maupassant (1850-1895), o messiânico padre Cícero Romzo e aspectos inéditos da Guerra do Paraguai, Wilson embrenhou-se em pesquisas sobre Ciro Silva, Júlio Hauer e José Cadilhe, intelectuais que ali estiveram entre os fundadores da Academia de Letras do Paraná. Com sua disciplina militar - e dispondo hoje de tempo livre que a aposentadoria lhe trouxe, Wilson Boia passa de 5 a 7 horas por dia, buscando dados sobre nossa vida intelectual. Mesmo quando na ativa, como oficial-médico, sempre usou seu tempo livre para pesquisas históricas, ao lado de uma vocação de poeta. Em 1948, reuniu seus primeiros poemas em "Lira Selvagem" e, anos depois, quando, por uma década, dirigiu o Hospital Militar de Fortaleza, mergulhou fundo na vida cultural do Ceará, resultando um livro sobre uma personalidade fascinante, Antônio Sales (1875-1942), tio do médico e memorialista Pedro Nava, estudos sobre o poeta Juvenal Galeno (1836-1931) e um levantamento sobre as instituições literárias de Fortaleza entre 1900/1930. xxx Carioca, 63 anos completados dia 15 de junho, médico há 40 anos, como oficial do Exército, Wilson veio servir em Guaíra em 1955, passando depois por Ponta Grossa e Marialva, onde conheceu sua esposa, Ana. Como oficial-médico esteve em Juiz de Fora, Santos Dumont, Rio de Janeiro e, finalmente, a partir de 1977, em Fortaleza. Reformado, dois filhos - Wilson Roberto e Ana Lúcia, esta funcionária do Banco do Brasil, em Água Boa, Mato Grosso do Sul - Wilson optou por morar em Curitiba, devido a sua esposa aqui ter parentes. Apaixonado pela pesquisa histórica, estudioso de música popular, procurando, sempre, nas cidades em que residiu, estudar a cultura regional, aproximou-se da Academia de Letras do Paraná, com a qual vem colaborando há tempos - e ao qual será admitido, como sócio, nas próximas semanas. Na semana passada, além da alegria de rever seu amigo Baden Powell - cujo último encontro foi no Rio, em 1975 - Wilson também esteve, rapidamente, com Paulo Tapajós, 75 anos, outro grande amigo, que vindo de Cascavel - onde foi júri do Fercapo, passou rapidamente por Curitiba. E o convite para que Paulo e Norma Tapajós venham passar algumas semanas, como seus hóspedes, foi renovado. Além da identidade musical e velha amizade, Wilson - como aqui já noticiamos - tem um projeto da maior importância: escrever a biografia de Tapajós, que com 61 anos de ininterruptas atividades no rádio carioca, deve entrar este ano no "Guinnes Book of Records".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
31/07/1990

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