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Aramis

Depois da música, romance de Lisboa

Entre as revelações da música urbana, uma das mais significativas nos anos 80 foi a de Nei Lisboa, gaúcho de Caxias do Sul, próximo aos 32 anos - a serem completados em 18 de janeiro. Quando gravou seu primeiro disco, a produção independente "Pra Viajar no Cosmos não Precisa Gasolina" (1983), já havia acumulado boas experiências: músico desde o final da década de 70, em 1975, viajou aos EUA e morou numa cidadezinha do Interior da Califórnia, ao lado de um bar "que lembra" o "Bagdá Café" do filme de Percy Adlon. A solidão o estimulou a pegar o violão e ouvindo Elton John e os Beatles, apaixonar-se pelos blues - que reciclaria mais tarde, em sua obra - com pitadas de "country" e "bluegrass" - mas sempre de muita brasilidade - a partir de seu retorno. Com Augusto Licks (Engenheiros do Hawai), fez os primeiros shows e desenvolveu uma parceria que desembocaria em "Deu pra Ti Anos 70", que virou filme graças a outros gaúchos talentosos, Giba Assis Brasil e Nelson Nadotti. Vieram novos discos - "Noves Fora" (1984), "Carecas da Jamaica" (1987) e "Heim!" (1988), estes já pela EMI/Odeon. Agora, Nei revela uma nova faceta de seu talento: a de escritor, estreando com um romance policial - "Um Morto Pula a Janela" (192 páginas, Cr$ 4.500.000,00), lançado por uma editora, Artes & Ofícios de Porto Alegre, mas com conexões paulistas e boa distribuição nacional - o que o levará a participar, com shows e tarde de autógrafos, no próximo Encontro Nacional de Escritores, em Brasília. Na opinião de Luís Fernando Veríssimo, Nei estréia com um "livro diferente e inventivo como a sua música e ele, que brincava com a linguagem na música, nos intrigando e fazendo dar risadas, mostra a segurança de um velho marinheiro, denso e engenhoso, como um veterano com sal na barba". A Artes & Ofícios está lançando outros livros - inclusive o novo romance do jornalista Manoel Carlos Karam, ex "O Estado", ex "TV Iguaçu", agora publicitário, com o título de "O Impostor no Baile de Máscaras". De Luís Fernando Veríssimo e Joaquim Fonseca, já está nas livrarias "Traçando New York" - e merecem próximo registro - o do jornalista Juremir Machado da Silva, da "Zero Hora", um ensaio antropológico sobre a noite gaúcha, "A Miséria do Cotidiano". Já Augusto Massi organizou para esta nova editora a antologia "Artes e Ofícios da Poesia".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
09/11/1991

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