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Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de agosto de 1980
Paulo César Pinheiro é hojeum dos mais importantes letristas brasileiros. Poeta dos mais inspirados, este carioca de 31 anos, que aos 15 anos fazia uma obra prima ("Viagem", musicado por João d' Aquino), tem uma obra imensa, espalhada com vários parceiros dos mais ilustres. Há seis anos, como documento, gravou um elepe na Odeon e a experiência parece que o entusiasmou: em seguida vieram dois volumes de "O Importante é que a nossa emoção sobreviva", show dos mais participantes dividido com Márcia e Eduardo Gudin.
Marido da cantora mineira Clara Nunes há cinco anos ativamente presente em todos os momentos da MPB lúcido, bom amigo e, principalmente, autor dos mais inspirados. Paulinho Pinheiro tem uma obra respeitabilíssima. Assim, um elepe que ele grava, como interprete, tem que ser visto como um documento. Querer exigir de um letrista, recursos de um vocalista profissional é posição radical. Como documento de mais uma etapa de sua obra este seu novo lp (Odeon, 064442867,1980), é altamente significativo. E, consciente de suas limitações de cantor, mas numa demonstração de carinho, Paulo Pinheiro convocou seus parceiros e amigos, para com ele dividir as várias faixas - excepto "Pelas Ruas da Cidade", onde fez letra e música. Assim, seus parceiros o amparam em vários momentos: João Nogueira ("Mauro Duarte ("Jogo de Angola"), Sivuca ("Mãe África"), Ivor Lancelotti ("Toada Brasileira"), Guinga ("Quadrão"), Dori Caymmi (Ëstrela da Terra"), Maurício Tapajós ("Estrela-Guia") e Antonio Carlos Jobem ("Matita Perê"). O disco de Paulo César Pinheiro não é um disco de cantor. É um documento de um poeta que usa a música para transmitir o seu imenso lirísmo.
LEGENDA FOTO 1 - Paulo César Pinheiro.
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