Artigo em 11.10.1981
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de outubro de 1981
Os animadores culturais da cidade estão preocupados - com justa razão diga-se de passagem - com a invasão de penetras nos coquetéis de aberturas de exposições, lançamento de livros etc. Bandos de intelectuais (sic), muito mais para a geração "on the road" dos anos 50 ou da fase "peace & love" da década de 60, do que para uma presença atual, costumam invadir os ambientes e não contentes em degustarem o que existir para comer & beber, ainda acabam quebrando copos, estragando telas, quando não acabam levando "souvenirs", como quadros, livros e outros objetos.
Jorge Carlos Sade, da Acaiaca, foi o primeiro a sofrer com a invasão de penetras e por isto transferiu as vernissagens para as manhãs de domingo - já que neste horário, com a luz do dia, a malta fica afastada, ou ao menos contida.
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A situação chegou a tal ponto que na inauguração da mostra "Destaques Hilton de Gravura", terça-feira, 6, na Casa da Gravura, a solução foi solicitar um discreto policiamento. Afinal, como esta mostra tem patrocínio da Souza Cruz, a notícia de que o coquetel servido teria uísque "do bom", e petiscos dos mais requintados, animou a turma da boca-livre para preparar-se com sofreguidão.
Na última exposição realizada na Casa da Gravura, quando ali foi inaugurada uma mostra nacional, só de prejuízos em copos, foram contabilizados 49 unidades, entre quebras e roubos.
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Tirando a dos inevitáveis penetras, o calendário de artes plásticas continua animado. A coletiva "Destaques Hilton de Gravura" reúne dez nomes de prestígio nacional: Anna Letycia, Arthur Luiz Piza, Dionisio Del Santo, Evandro Carlos Jardim, Fayga Ostrower, Gilvan Samico, Livio Abramo, Lótus Lobo, Marcello Grassman e Frans Krajcbert.
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