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Aramis

As eleições & os diagnósticos

Autor já de numerosa obra, o professor José Petrelli Gastaldi tem comentado com amigos que seu novo livro, a ser lançado após o Carnaval, deverá ter grande repercussão: "Realidade Econômica e Social do Brasil (Edições Saraiva, São Paulo). Com o subtítulo de "Tentativa de Interpretação à Luz da Economia do Voto Popular", o estudo do professor Gastaldi, um dos mais veteranos advogados da Prefeitura, durante anos diretor-responsável pela revista "Paraná Econômico, da Federação do Comércio do Estado do Paraná (publicação já extinta), pretende dizer "verdades corajosas" e que puderam ser escrita e publicadas, segundo Gastaldi, graças à ampla difusão de idéias que o presidente Ernesto Geisel deseja ver novamente implantada no Brasil. Assim, somando sua experiência - por várias vezes ocupou cargos públicos, inclusive na administração Haroldo Leom Peres - Gastaldi procura dar a sua interpretação das causas que levaram a Arena à derrota em 15 de novembro último. Entre as grandes obras públicas que o advogado curitibano critica violentamente está o Metrô de São Paulo, que já consumiu 150 milhões de dólares e que até agora, vários meses após a inauguração do primeiro trecho, transportou pouco mais de 140 mil pessoas. Outra interpretação das eleições de 15 de novembro, que merece atenção de políticos e homens públicos, é "Radiografia do Voto" (Visão, 27-1-75, páginas 16 a 27). Os resultados eleitorais e a massacrante vitória de Orestes Quércia sobre Carvalho Pinto em São Paulo, produziram uma torrente de explicações instantâneas: atribuíram-se os resultados ao papel da televisão, ao descontentamento com a qualidade de vida urbana, às dificuldades econômicas, à perda de poder dos caciques políticos ligados às oligarquias rurais, às aspirações democráticas da população. Por mais verdadeiras que possam ser, essas explicações não substituem a tarefa de largo alcance: a análise paciente e meticulosa dos resultados. E uma contribuição decisiva para esse trabalho foi a pesquisa realizada em São Paulo pelo Cebrap - Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, que investigou, antes e depois de 15 de novembro, o comportamento eleitoral da população paulistana. A análise foi dirigida e planejada pelos sociólogos Bolivar Lamounier e Fernando Henrique Cardoso, um dos diretores do Cebrap e que regularmente tem estado em Curitiba, orientando seminários na Universidade Federal do Paraná. Para realização da pesquisa a cidade foi dividida em 105 setores (correspondentes a bairros ou trechos de bairros) proporcionalmente à população, das diversas áreas da Capital. Em cada setor, foi sorteado um certo número de domicílios, também de modo proporcional à população. Em cada domicílio, sorteava-se a pessoa a ser entrevistada - sempre um adulto (maior de dezoito anos), mas não necessariamente eleitor. Foram realizadas 920 entrevistas, dois terços na semana imediatamente anterior à eleição e um terço na semana seguinte.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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01/02/1975

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