Em Brasília, a discussão de pólos cinematográficos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de julho de 1991
Brasília - Tão importante quanto o fato de contrariando as mais pessimistas previsões estar sendo realizado um festival de cinema brasileiro que teve inscritos quase 50 filmes - entre longas, médias e curtas - concluídos nos últimos meses com todas as dificuldades - é a preocupação da Fundação Cultural do Distrito Federal em fazer desta oportunidade do encontro da categoria cinematográfica - dispersa e [desmotivada] desde março do ano passado - num [fórum] em que se possa discutir, na real, os (des) caminhos do cinema brasileiro - e as (poucas) veredas para que se consiga a recuperação de um espaço duramente conquistado no passado e que, pela própria política cultural na desastrosa administração Ipojuca Pontes (cruz credo! - o nome faz com que os cineastas aqui reunidos se benzam, ao ouví-lo) foi praticamente perdida em menos de dois anos.
Assim o simpósio "Cinema Brasileiro, Urgente"- que se estenderá de hoje a sábado, no auditório do Kubitschek Plaza Hotel, se constitui no ponto alto deste Festival. O primeiro painel será sobre "O Cinema e o Estado", que terá como painelistas, o próprio Secretário da cultura Sérgio Paulo Roaunet, o produtor Luís Carlos Barreto e os realizadores Arnaldo Jabor, S. Back, e Roberto Farias (coordenador).
Amanhã, sexta-feira, se discutirá o chamado Projeto Andima Bolsa de Cinema - mercado de vídeo, o filme brasileiro, em seus aspectos de produção distribuição, exibição e participação do BNDES. Os painelistas representarão diferentes setores: Paulo Sérgio Ferracioli, chefe do Departamento de Planejamento de Programas e Produtos do BNDES; Paulo Mendonça, Técia Rocha e Antônio Sérgio Loureiro (Andima/ Bolsa de Cinema); Marco Aurélio Marcondes (distribuidor / Consórcio/ Art Filmes); Steve Solot (vice-presidente para a América Latina da Motion Picture Association of América), Anibal Massaini (produtor/ SP), Roberto Mendes (produtor e distribuidor do vídeo), Antônio Carlos Fontoura (realizador) e Marisa Leão (produtora).
Polos regionais - Embora até agora a Secretaria da Cultura do Paraná não tenha mostrado qualquer iniciativa em termos de cinema - os próprios curtas "Loira Fantasma" de Fernanda Severo (que será exibido hoje à noite, na competição) e "Os Desertos Dias" de Fernando Severo (inscrito para o Festival de Gramado, agosto) só foram finalizados graças a ajuda liberada por iniciativa do prefeito Jaime Lerner - a secretária Gilda Poli está sendo aguardada para participar como uma [painelista] do fórum sobre "Polos Regionais de Produção". Brasília tomou a dianteira para a (re) ativação da produção cinematográfica, com um ambicioso projeto que o governador Joaquim Roriz implantou há três semanas, com aplausos de nomes como Nelson Pereira dos Santos, um dos mais eufóricos com esta perspectiva que se abre para um reaquecimento do combalido cinema nacional.
Sob coordenação do secretário de Cultura e Esportes do Distrito Federal, Márcio Cotrim, devem participar do painel "Pólos Regionais", o chefe do gabinete civil do governo de Brasília, José Roberto Arruda, as secretárias de Cultura de Minas Gerais (Celina Albano), Rio Grande do Sul (Mila Canduro), Paraná (Gilda Poli), mais Saturnino de Freitas Mauro (secretário de Educação e Cultura do Espírito Santo), Pedro Brás (secretário adjunto de Cultura de São Paulo), Sérgio Muniz (assessor da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo), realizadores Chico Botelho (SP) Vladimir Carvalho (Brasília) e Helvécio Ratton (MG) e as produtoras Mônica Schimidt (RS) e Glaucia Camargo [(Rio)].
LEGENDA FOTO - Cineasta brilhante ("Eu Sei Que Vou Te Amar", "Opinião Pública"), Arnaldo Jabor foi um dos debatedores do painel sobre Estado x Cinema, no seminário "Cinema Brasileiro, Urgente" que acontece paralelamente ao Festival de Brasília.
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