Fernando, a arte da boa imagem
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de março de 1987
Ao assumir a futura Secretaria de Representação Externa do Governo do Paraná - a ser criada já no dia 16, por ato do novo governador Álvaro Dias - o advogado Fernando Miranda estará, naturalmente, exausto. Afinal, nos últimos dez dias ele tem comparecido a uma roda viva de homenagens, através de jantares e recepções, que, antes de tudo, confirmam mais uma vez a felicidade que teve o governador João Elysio ao escolhê-lo para ocupar a Secretaria da Indústria e Comércio.
Nenhum outro secretário de Estado deixa a função tão prestigiado quanto Fernando Miranda. Após homenagens em Curitiba - por parte da classe empresarial, que se reuniu no Clube Concórdia; em Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa, Fernando também teve na noite de sexta-feira um jantar oferecido pelos funcionários de sua pasta.
Na noite de quarta-feira, no buffet Ilha do Mel, foi a comunidade da informática, através da Sociedade dos Usuários de Computadores e Equipamentos subsidiários do Paraná, que se reuniu para patentear a admiração desta influente categoria pelo trabalho de Miranda.
O presidente da Sucesu, Afonso Celso Camargo, ex-Celepar, hoje executivo da São Bernardo/Olsen Inofrmática, ao saudar Fernando Miranda, destacou sua visão de executivo para as novas técnicas deste final de século e, com felicidade, o adjetivou de "contemporâneo do futuro, que sabe sempre ver adiante".
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Fernando Miranda, na terça-feira, 10, mostrava-se particularmente emocionado em receber homenagens no almoço em Foz do Iguaçu e, a noite em Cascavel.
- Por coincidência, era o dia em que a agricultura, os homens da produção, promoviam uma legítima manifestação de desagravo a política do governo federal. Entretanto, para um homem público, ser homenageado por empresários e políticos de regiões tão produtivas, neste dia, era um momento de emoção. Uma prova de que os esforços desenvolvidos na Secretaria da Indústria e Comércio não foram em vão.
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Exemplo de yuppie bem sucedido, que teve a felicidade de estudar na Europa, aprendendo ainda jovem a falar perfeitamente o inglês e o francês, advogado brilhante que escolheu o ramo do Comércio Exterior, Fernando Antônio Miranda, 49 anos, costumava gastar um passaporte por ano, tal o número de viagens internacionais que fazia a negócios. Possivelmente nenhum outro executivo paranaense viajou tanto nos anos 80 quanto Fernando, tratando de negócios de milhões de dólares, assessorando os mais poderosos grupos industriais, exportadores de madeiras e outros produtos nos mais distantes países. Convidado por organismos internacionais para fazer conferências, participar de congressos e seminários (sempre muito bem pago em dólares), fez um projeto de sistematização dos problemas de exportação do Brasil, propondo a desburocratização do setor. Se o governo federal não soube aproveitar o seu know-how, o Paraná ganhou com isto, pois assumindo a Secretaria da Indústria e Comércio, Fernando dinamizou esta pasta - que se em mãos certas pode ser das mais importantes para o Estado.
Agora, com a ida de outro yuppie bem sucedido para esta pasta, José Carlos Carvalho, Fernando continuará a colaborar com o governo, implantando uma pasta que ampliará os negócios do Paraná no campo nacional e, especialmente, internacional. Relacionamento, experiência e entusiasmo não lhe faltam - e o apoio que tem junto aos homens do capital, não só em Curitiba mas também no Interior, traduziu-se neste justificável festival de homenagens.
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