Ficha:
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de agosto de 1980
LP: "THE GAME" (EMI - 1980) - QUEEN
Produção: Queen
Gravado em Junho de 1979 e Maio de 1980 em Munique.
LADO A: "Play the Game"
(Mercury), "Dragon attack"
(May). "Another one bites the
dust" (Deacon), "Need your
loving tonight" (Deacon) e
"Crazy little thing called love"
(Mercury).
LADO B: "Rock it" (Taylor),
"Don't try suicide" (Mercury),
"Sail away sweet sister" (May),
"Coming soon" (Taylor) e
"Save me" (May).
A audiência de discos como "The Game", com o grupo Queen, reunindo sessões musicais feitas no Musicland Studios, em Munique, República Federal da Alemanha, entre fevereiro/maio de 1980 a outras, em Londres, nos meses de junho/julho, colocam em questão a validade da tese: e o rock, até onde resiste?
Ainda na semana passada, assistindo ao Weather Reporter, no Maracanãzinho, no Rio Monterrey Jazz Festival, ouvia do jornalista Armando Aflalo, um dos mais corretos críticos de jazz, a frase de que "o Wather Reporter começou há alguns anos como um conjunto que fazia 70% de jazz e 30% de música pop. Hoje acontece o Inverso. Lamentavelmente...". De jazz, o Weather tem apenas os solos do saxofonista Wayne Shorter... quando ele consegue tocar. O Queen nunca pretendeu passar da chamada música "hard", destinada a uma faixa específica de público e cujo poder aquisitivo lhe garante a sobrevivência, ao lado de tantos outros conjuntos pop que se multiplicaram, como coelhos, mundo afora, nos últimos 25 anos. Os grupos de rock, sejam ligados a que raízes forem, têm um "marketing" baseado muito no visual (o próprio Weather Reporter apela, no final de suas apresentações, para uma encenação de fumaça branca, após a explosão sonora de milhões de decibéis, com uma parafernália de várias toneladas), de forma que ao vivo é muito diferente do que apenas em disco. Tudo isto transforma os shows dos "super-grupos" do universo rock num êxito à parte. Já na frieza do elepê, a porca torce o rabo e poucos sobrevivem. O Queen não chega à mediocridade comum muito pelo contrário, mas também não se iguala, ainda, ao trabalho mais sólido de um Yes (especialmente quando contava com o múltiplo Rick Wakeman), Focus ou o Emerson, Lake and Palmer. Afinal, estes poderiam até dispensar o chantili e ficar no morango. Sem se tornarem indigestos...
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