Folclores Zoológico
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de março de 1975
Como as estórias relacionadas ao jogo-do-bicho, aqui publicadas no domingo passado, tiveram boa repercussão, eis mais duas coletadas pelo jornalista Gilberto Grassi, que não esconde sua simpatia pela Zooteca: um jornalista de Curitiba (na época trabalhava na "Gazeta do Povo") estava noivo e preocupado em aumentar o orçamento para mobiliar o apartamento. Num final de semana, por insistência de amigos foi à praia, mas logo que chegou em Guaratuba foi acometido de remorso. O custo da pequena esticada ao litoral poderia significar o fogão para a futura cozinha de seu home sweet home. Para complicar as coisas, choveu depois do almoço e a praia ficou quase deserta. Aborrecido, resolveu voltar mais cedo. Quando, porém, foi buscar o carro, achou uma nota de dez cruzeiros (antigos) toda amassada. No dia seguinte, jogou no mulher e na centena do numero da nota. Deu na cabeça. Com o dinheiro extra que arranjou, o jovem escriba antecipou o casamento. Mas antes voltou à Guaratuba. Acompanhado.
Xxx
Três ou quatro pessoas aguardavam pacientemente a vez de fazerem a fezinha. Nisso chega um cidadão apressado, e dirigindo-se a todos fala suplicante:
- Meu ônibus já está no ponto. Possi passar na frente? Como ninguém disse não, o apressado foi entrando e disse ao bicheiro.
- Sonhei com minha sogra. Hoje dá peru, peru e peru.
E apostou no terno de grupo, mas com um bicho só. Por incrível que pareça, deu peru três vezes. Comprou um carro novo e deu um colar de pérolas para sua sogra. Merecia.
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