Gonçalves, com emoção
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de maio de 1976
Mais de 20 espectadores chegaram às lágrimas, sábado à noite, no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, quando Nelson Gonçalves, com extraordinária sinceridade, relatou os dias terríveis que viviu, vítima do tóxico que durante quase dez anos (1958-1967) o escravizaram a uma sub-vida.
Num apelo aos jovens sobre o horror das drogas, Nelson falou com muita sinceridade, num depoimento que, no especial gravado domingo a tarde com exclusividade para a TV Iguaçu, foi repetido, ainda de maneira mais dramática.
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Aos 56 anos de idade, 38 de carreira artística, Nelson Gonçalves iniciou praticamente no sábado, uma nova fase de sua carreira: apresentações em teatros, o que o fará, pouco a pouco, deixar de cantar em pequenos clubes, boites etc. Nelson Gonçalves constitui, possivelmente, um caso único na fonografia: já vendeu mais de 30 milhòes de cópias de discos, computando-se 71 lps (31 dos quais permanecem em catálogo, também fato inédito), e cerca de 500 gravações avulsas - entre os antigos 78 rpm, compactos simples e duplos.
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Dono de um público fiel e sincero. Nelson lotou o grande auditório do Guaíra no sábado, sentando-se de forma desencontraída, com um repertório selecionado das mais de mil músicas que lançou e entre as quais se contam tantos êxitos.
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Este ano, Nelson vai iniciar mais dois projetos, além do circuito de teatros (em São Paulo, a temporada será escrever um livro de memórias e produzir e interpretar um filme autobiográfico: "A Volta do Boêmio".
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