As grandes bibliotecas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de fevereiro de 1974
Há 14 meses, o professor Bento Munhoz da Rocha Neto (1906-1973) alugou o confortável apartamento que possuía no recém-inaugurado edifício Provedor André de Barros, na Praça Osório, com um compromisso: quando falecesse, o inquilino deveria desocupá-lo, pois ali iria residir a sua viúva. Na época, o locatário aceitou a cláusula sorrindo, afirmando "Professor, o senhor vai viver muito tempo". Com a morte do ex-governador o inquilino já está a procura de um novo apartamento e surge uma preocupação: se dona Flora efetivamente deixar a sua grande mansão na Rua Carlos de Carvalho, que fim será dado a magnífica biblioteca que o professor Bento reuniu ao longo de sua vida? O receio é que ela acabe se diluindo, pois todos lamentam até hoje que a mais completa biblioteca paranista, pertencente ao general Adyr Guimarães tenha sido vendida para a Universidade de Camberra, na Austrália, embora na época, a viúva tenha tentado sensibilizar o Governo do Estado para adquirir o valioso acervo. Dos historiadores paranaenses, também com valiosas coleções uma das mais importantes é de Arthur Martins Franco, 92 anos. A do professor Júlio Moreira já foi doada a Biblioteca do Paraná, embora continue em seu poder.
LEGENDA FOTO - Bento: biblioteca
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