Jayme discute nossa política de medicina
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de janeiro de 1984
Discutir a saúde, a medicina, o papel dos grandes laboratórios, fez com que Jayme Landman, um romeno que chegou ao Brasil com apenas 9 anos de idade, seja hoje um nome conhecido e discutido. Formado pela Faculdade de Medicina de Niterói chegou a assistente, docente livre e professor adjunto. Primeiro colocado no concurso da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual, do Rio de Janeiro, em 1937, foi catedrático, diretor da Faculdade e do Hospital de Clínicas da mesma universidade. Ao lado de dezenas de trabalhos científicos publicados em revistas especializadas, escreveu dois best-sellers: "Promovendo a doença e evitando a saúde". Agora, traz um terceiro livro, acima de tudo polêmico: "Medicina não é saúde" (Editora Nova Fronteira , 328 páginas, Cr$ 3.500,00). Expondo a verdadeira face da medicina em geral e da brasileira em particular, Jayme Landman aponta as causas reais da doença e da morte no mundo contemporânea, alertando para a injustiça social, a falta de saneamento básico, a população industrial e o desemprego, algumas das grandes enfermidades deste fim de século.
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Um livro que, por certo, chegará como um fio de esperança a milhares de pessoas: "Interferon - A Nova Esperança Contra o Câncer" (Editora Francisco Alves, 242 páginas). Pela primeira vez, o co-descobridor do interferon (cura mágica do câncer? Droga milagrosa?), dr. Jean Lindemann, e o escritor científico Mike Edelhart contam a história do interferon - o que é, como age, onde está sendo usado agora e como as pessoas têm se beneficiado.
Descoberta em 1957, esta misteriosa substância só recentemente trouxe esperanças a milhões de pacientes cancerosos. A pesquisa iniciasl esbarrou em muitas dificuldades pelas reduzidas quantidades disponíveis e seu alto custo (até 100 dólares por trilionésimo de grama), porém espera-se que novas pesquisas resultem brevemente na produção em massa do interferon.
Neste meio tempo, inúmeros médicos já encontraram indícios subsanciais da eficácia do interferon contra o câncer - evitando a disseminação da doença, eliminando a dor e fazendo os pacientes se sentirem melhor - sem qualquer efeito colateral perigoso. Além disso, o interferon pode também proporcionar a cura do resfriado comum, da obesidade e outras doenças. Este livro procura, assim, responder as perguntas de como os médicos decidem quais os doentes que devem ser tratados com o interferon e quais não devem. Documenta os progressos na produção do interferon que o estão tornando cada vez menos um privilégio dos ricos. Outro livro que procura responder a muitas questões é "1.000 Perguntas-Cirurgia Plástica" de José Humberto Resende. Dentro da coleção 1.000 Perguntas, criada pela Editora Rio - que na área da medicina já trouxe livros sobre medicina de urgência e medicina legal e que promete para breve volumes sobre urgências cardiológicas, tratamento intensivo, gravidez, parto e aborto, apresenta agora, na forma prática e didática, o livro do cirurgião plástico Humberto Resende, professor assistente de Anatomia da Escola Médica do Rio de Janeiro.
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Deixano um pouco a medicina específica, mas também dentro da linha de lançamentos que vem tendo grande aceitação a Nova Fronteira em sua coleção "Viva Melhor" incluiu "Querer é poder". A série tem a proposta de "realizar uma simbiose entre as leituras transcendentais e os princípios da psicologia contemporânea, segundo os quais a vontade é o principal fundamento das ações humanas". O S. Marden, ao longo das 194 páginas deste seu livro, procura destacar a necessidade de se fazer saber querer para poder. Ou seja, procura contribuir para que a natureza humana se motive menos pelos tradicionais memória, entendimento e vontade que pela vontade, sabedoria e atividade. Querer é poder constitui-se assim num manual lúcido e substancioso que analisa o assunto de maneira objetiva e singular. Mais ainda: procura despertar e estimular em seus leitores uma vontade consciente, levando-os a uma forma de auto-educação.
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