Jazz não jaz e amanhã tem Mulligan na cidade
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de agosto de 1985
Um boom jazzístico, para alegria de milhares de pessoas que sabem curtir este gênero musical de tamnho vigor. Em São Paulo e Rio de Janeiro, acontece o Free Jazz Festival, patrocinado pela Souza Cruz e que se encerra hoje, no Hotel Nacional, com nomes da dimensão de Sonny Rollins, Chat Baker, e McCoy Tyner.
Amanhã, em única apresentação no auditório da Reitoria, os curitibanos terão oportunidade de aplaudir um dos maiores saxofonistas do jazz moderno - Gerry Mulligan, ao lado do pianista Bill Mays, baterista Richard de Rosa e baixista Frank Luther.
Em novembro vem ao Brasil o lendário vibrafonista, compositor e pianista Lionel Hampton, empresado por Gaby Leib e apesar do preço estabelecido por apresentação - US$ 12 mil - um jovem empresário curitibano, Ogier Boghi - está interessado em fazer com que Curitiba seja incluída nesta tourneé e possa assistir ao grande Hampton e sua banda de 12 figuras.
Ainda bem que, após anos de inatividade, a USIS e o Centro Cultural Brasil Estados Unidos, decidiram voltar a patrocinar um concerto do melhor jazz para os curitibanos. Afinal, se nos anos 50 e 60, Tio Sam era generoso na área cultural, trazendo ao Brasil instrumentistas da dimensão de Louis Armstrong, Stan Getz, Herbiee Mann, Charlie Byrd (graças a quem a Bossa Nova se tornou conhecida nos Estados Unidos), entre tantos outros, a partir da década de 70 suspendeu estas promoçòes.
Agora, dentro de uma excursão que o quarteto de Gerry Mulligan faz pela América do sul, apenas duas capitais brasileiras foram privilegiados com sua apresentação: Porto Alegre e Curitiba. Os ingressos para o concerto de Mulligan, às 21 horas de amanhã, estão à venda há uma semana a preços razóaveis: Cr$ 20 e Cr$ 10 mil.
Afinal, aplaudir jazz ao vivo é algo raro entre nós. Normalmente, quem curte a música que nasceu em New Orleans tem que se contentar com as edições de discos - nem sempre com muito critério.
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