Lembranças de Homero
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de setembro de 1987
Há dois anos, em 15 de setembro de 1985, falecia o médico, professor e ex-jornalista Homero de Mello Braga. Médico pediatra, um dos fundadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, responsável pela criação do Laboratório de Genética Humana UFP, Homero foi um dos mais estimados professores da UFPR. Afável, generoso, sempre se considerou - apesar de sua realização como professor - um jornalista "um tanto guache, como no poema de Drummond", já que exerceu, em sua juventude, atividades jornalísticas no antigo "O Dia", dirigido por Caio Machado e, posteriormente, na "Gazeta do Povo", quando era o seu diretor o jornalista Acir Guimarães.
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Curitibano, nascido a 17 de dezembro de 1907 - estaria completando 80 anos no final deste ano - Homero Braga é recordado sempre com ternura e emoção, sendo intenção de seus familiares, inclusive sua viúva, Dona Laura de Oliveira Braga, reunir seus artigos e ensaios num livro. Afinal, o texto do professor Braga era dos mais agradáveis, como se pode recordar na leitura do discurso que proferiu a 14 de dezembro de 1977, quando de sua aposentadoria da UFPR, na homenagem que o Setor de Ciências Biológicas lhe prestou. Começando com a citação de Drummond ("Quando nasci, um anjo torto / desses que vivem na sombra"), Homero recordou suas origens humildes, sua aprendizagem como guarda-livros nos anos 20 e o fato de que por ter péssima caligrafia, acabaria na medicina e antes disto, seria um dos primeiros jovens de sua geração a aprender datilografia em Curitiba.
- "E foi como datilógrafo que ingressei no serviço público, aos 17 anos, na antiga Delegacia Fiscal (oficialmente, como remador de mesa de rendas de Antonina)".
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