Homero x tuberculose
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de novembro de 1977
Ao receber o certificado de (freqüência( do curso de Tuberculose Pulmonar ministrado por professores do Brasil, Uruguai e Argentina no XVIII, Congresso Nacional de Tuberculose e Doenças respiratórias, realizado em Camboriu, há alguns dias, o professor Homero Braga não estava apenas enriquecendo seu "curriculum vitae", com mais um diploma, às vésperas de sua jubilação como catedrático da Universidade Federal do Paraná. O que mais lhe interessava, ao assistir esse curso e a mesa redonda sobre vacinação, que lhe dava prosseguimento, era conferir o quanto se progrediu no combate à tuberculose desde que ele, ainda doutorando, em 1929, aplicou pela primeira vez no Paraná a vacina BCG em uma recém-nascida, na Maternidade da Faculdade de Medicina, então funcionando à Rua Comendador Araujo. Porque para o professor Braga, um dos homens mais estimados na cidade, a erradicação da tuberculose não é somente um caso de obrigação profissional, mas de conforto sentimental, dir-se-ia mesmo de vingança pessoal, pois quando estava no início do curso médico viu morrerem dessa doença, então incurável, três primos muito queridos, um dos quais recém-formado em Medicina.
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