Login do usuário

Aramis

Adherbal, Cláudio, Belchior & MPB-4

Antes de deixar Curitiba, onde orientou um curso sobre noções de direção do teatro, Adherbal Júnior, cearense, há 8 anos no Rio de Janeiro, responsável por algumas das melhores encenações ali realizadas neste período, distribuiu aos alunos do curso e classe teatral, um manifesto de 5 laudas, colocando a situação do criador teatral e relação a outros meios de comunicação, em especial a televisão. Sem papas na língua - ou no texto, Adherbal é bastante audacioso em suas afirmações, fazendo, já no início a seguinte colocação: "Convoco algumas pessoas, pelo menos os meus amigos, para a tarefa de impor o teatro como a expressão mais forte do homem de hoje. Admito, esmagado, a justiça que se faz ao teatro - o brasileiro, pelo menos, colocando-o à margem das mais sérias manifestações culturais, já que sua afirmação vem sendo impedida pela estúpida limitação que se pretende para a cena. No encontro do homem com o homem para a manifestação teatral, já não deploro o boulevard, mas quero gastar as minhas forças com adversários menos babacas e acusar o mau gosto da expressão cênica para o serviço dos poetas maiores. Quando negam aos autores as virtudes da cena e pretendem no palco apenas a repetição das suas palavras gravadas, roubam deles o instrumento que os impulsionou para o drama. Aclama, se for preciso, o eletismo do teatro, e não se esta aclamação ainda consegue deixar perplexos os criadores dessa expressão, que pretendem significar com ela, feitas as reduções sociológicas sem mistificações, o pequeno número de participantes de cada acontecimento teatral. O maior teatro do país (o Guaíra?), e o menor teatro do país (o Senac, de Belo Horizonte?) são do mesmo tamanho comparados ao auditório dessas imbecis emissões de drama pela televisão. Cláudio Corrêa e Castro teve uma prova ontem, ao entardecer, de quanto é estimado: dezenas de velhos amigos, que soube fazer nos anos em que morou em Curitiba, implantando o Teatro de Comédia do Paraná, foram lhe levar o abraço no coquetel de apresentação do elenco de "Computa, Computa, Computador", de Milor Fernandes, de Celso Nunes, que hoje e amanhã, às 21 horas, estará sendo apresentado no auditório Salvador de Ferrante. Apesar de bastante ocupado com seus compromissos na televisão, Cláudio fez questão de incluir Curitiba no roteiro desta comédia, montada há 3 anos, por Fernando Torres Fernanda Montenegro, no Rio, mas ainda inédita em Curitiba. NO GUAIRÃO Hoje e amanhã, no Guairão outro espetáculo inédito para os curitibanos: Belchior. Quem o está trazendo é o empresário Neivo Beraldim, disposto a concorrer agora também com Avelar Amorim, também na faixa dos espetáculos teatrais. Em dezembro, uma temporada que vai lotar o Guairão: "Jornal de Depois de Amanhã", texto de Aldir Blanc, com o MPB-4. Todas as vezes que o MPB-4 esteve em Curitiba - No Paiol e Guaíra, as casas estiveram lotadas. LEGENDA FOTO - Cláudio
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
20/11/1977

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br