Ligadão
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de abril de 1980
De todos os discos alternativos - mais de 50 - que apareceram nos últimos 3 anos, "Olha aí", com Maurício Tapajós era um dos mais aguardados. De uma das mais musicais famílias brasileiras - o pai, Paulo, legenda do rádio brasileiro, modinheiro, produtor, parceiro de Vinícius na infância; o irmão, Paulinho, também compositor-cantor e a irmã, Dorinha, do Quarteto em Cy, Maurício há mais de 15 anos vem fazendo belas músicas. Com o compadre e irmão de copo, poesia e idéias, Hermínio Bello de Carvalho, a partir de "João Amor e Maria" (1965) desenvolveu obra das mais importantes, que evoluiu, depois, para outros parceiros. Arquiteto atuante, relutou muito em trocar os seguros rendimentos das pranchetas pelos inseguros direitos autorais, dos quais, como diretor da Sombrás, tem sido incansável defensor. Mas, afinal Maurício optou: hoje dirige shows, canta e gravou seu elepê. Um disco tão emocionante e belo, como grandioso é esta personalidade ímpar de nossa vida artística. Mesmo que Maurício não fosse um excelente compositor e afinado cantor e seguro violonista, já recomendaria o lp, como documento. Mas além de tudo, o disco tem qualidades. Tanto quanto o seu autor.
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