Ligadão
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 03 de outubro de 1980
SEMPRE vejo Bob Dilan, ao lado de um compositor-interprete da maio importância na música americana dos anos 60,um exemplo da importância que se dá nos Estados Unidos a memória artística. Aos 39 anos - Robert Zimmerman, seu nome verdadeiro nasceu em Duluth no Minessota a 21 de maio de 1941- este poeta consciente de sua geração já temos bibliografia de mais uma dúzia de livros, inclusive deste álbum que estuda sua discografia (edição ilustrada, luxuosa, que chegou as livrarias do Rio e São Paulo a algumas semanas) até teses universitárias. Interpretação de sua poesia, visões de sua presença política e até bibliografias babacas tem sido publicada - com tanto sucesso quanto aos discos de Dylan vem gravando, desde que fez na CBS seu primeiro Lp ( "Free Wheelin" , 1961). Dylan conservadas as proporções, está para a música americana como Chico Buarque para a brasileira: no auge da guerra do Vietnã, ele e Joan Baez, não temeram sair as ruas, lutar contra o envolvimento da nação americana no conflito; defenderam os direitos civis dos negros e outras minorias. Afora trilha sonoras para alguns filmes ( como a versão que Sam Peckin Pah fez do mito Billy The Kid), o próprio Dylan produziu, dirigiu, e interpretou ( ao lado de Jan Baez) um longa- metragem, com quase 3 horas de projeção, lançado no EUA em princípios de 1978 - e que não sei porque até hoje não chegou ao Brasil. Nos últimos 2 anos, Dylan converteu-se ao catolicismo, mudou um pouco sua linha poética e tem decepcionado os conservadores, ou os que o apreciavam seu antigo estilo. Uma mostra desta sua nova linha de composições esta em seu novo disco, que chegou ao Brasil meio inesperadamente, como sempre pela CBS.
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