Neste show, uma ocasião para descobrir por que "nem só de Gardel vive a música latino - americana".
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de março de 1977
O sucesso de "Uma Noite em Buenos Aires", em 1976, foi tanto, que outros espetáculos na mesma linha de apresentar ao público brasileiro um painel da "noite porteña" teriam que acontecer.
E "Tangos Para o Brasil" (auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, 2 a 6 de março, 21 horas), traz cantores, instrumentistas e bailarinos de prestígio na capital argentina, mas que, vítimas de nosso isolamento musical em termos continentais, ainda são desconhecidos entre nós. O compositor, maestro e bandoneonista Armando Pontier, líder da orquestra típica do espetáculo, é, há muitos anos, um nome de muito respeito na Argentina. Tem dezenas de composições e vários elepes - dos quais talvez ao menos um seja editado agora no Brasil, em decorrência desta temporada. Os cantores Enrique Dumas, Maris Grana - que ostenta o título de "La Estrella de La Noche Porteña", Marcelo Paz e Carlos Casado, são os interpretes dos variados estilos - do tango mais tradicional às criações contemporâneas, passando por valsas como a obra prima de Hector Espósito, "Pequeña" (indispensável na voz de Enrique Dumas) - que sestentam as duas horas de espetáculo de "Tango Para El Brasil". O folclore - da "zamba" de Atahualpa Yupanqui, como "Luna Tucumana", até a semicantata "Madre Luz Latino-Americana", será ouvido nas vozes e instrumentos do grupo Los Andariegos, formado por Agustin Gomes, Karo , Herrada, Pepete Bertiz, Angel Ritro, Raul Mercado, Domingos Cura e Oscar Alem - que somam as vozes, uma multiplicidade de instrumentos e mais um grupo de bailarinos , com coreografia de Los Diagel, completam esta produção de Carlos Fomosole, que em temporada de cinco dias ; no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto deverá mostrar ao menos alguns novos tangos - afora os surrados ( embora eternos) sucessos e Gardel, ao lado de outras manifestações da riquíssima música argentina.
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