"Tangos: Gardel no Exílio", a obra-prima cinematográfica
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de julho de 1986
Um dos filmes mais belos lançados internacionalmente em 1985 - e premiado em vários festivais (Veneza, Havana etc.) é "Tangos: Gardel no Exílio", de Fernando Solinas, conhecido apenas por um semidocumentário político (de 6 horas de duração) chamado "La Hora de los Hornos".
Obra-prima do novo cinema argentino, rodado em paris e Buenos Aires, "Tango: Gardel no Exílio" usa a música de Astor Piazzolla de forma Originalíssima e divide-se em atos, com dançarinos-cantores fazendo uma espécie de introdução a cada segmento. Mostra uma Paris pouco vista e sempre muito linda e sua história gira em torno dos exilados argentinos (o próprio Solinas foi exilado desde 1976) e o filme é uma obra-prima - visto até agora, no Brasil, apenas no encerramento do II FestRio, mas que a Alvorada deve lançar comercialmente no segundo semestre.
A história de "Tango: Gardel no Exílio" é contada por Maria, uma garota de 20 anos, criada fora da Argentina, confusa em sua identidade e lembranças. Ao mesmo tempo, mostra os esforços de um grupo de argentinos que desejam montar uma tangueira intitulada "O Exílio de Gardel", escrita por Juan Uno (que vive ainda na Argentina e nunca se vê) e Juan Dos, que compõe as músicas em Paris.
Com uma narrativa movimentada, reunindo um elenco internacional - frandesa Marie Laforel, Miguel Angelo Solo - e misturando realidade e ficção (os fantasmas de Gardel e do general San Martin), "Tango: Gardel no Exílio" é, sem favor, dos mais belos filmes do cinema contemporâneo - e que após "A História Oficial", mostram mais um lado da criatividade dos cineastas argentinos. Que venha logo este filme marcante!
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