LIVRO
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de março de 1973
Em sua introdução, Clementino Fraga adverte: "A biografia é um gênero literário difícil". É realmente, além de difícil, a biografia é, na maioria das vezes, um gênero maçante, cansativo - que dificilmente prende a atenção do leitor. É claro que a biografia pode se transformar em romance, "dourado a pílula" e fazendo a sua leitura um agradável (e instrutivo) entretenimento. Em "Vida e obra de Osvaldo Cruz", Clementino Fraga conseguiu fazer não só um objetivo (e quase cientifico) relato da vida do famoso médico sanitarista, mas também uma obra de leitura agradável e fácil. Osvaldo Gonçalves Cruz (1872-1917) foi o pioneiro da medicina experimental no Brasil, doutorado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1892 com uma tese em que tratava "Da veiculação microbiana pelas águas". Em 1896 foi a Paris, onde estagiou no Instituto Pasteur sob a direção de Emile Roux, além de trabalhar num laboratório de toxicologia e no serviço de vias urinarias de Félix Guyon. De volta ao Brasil, em 1899, foi designado para organizar e combater ao surto da peste bubônica registrado em Santos, SP e criou então, para produzir soros e vacinas, o Instituto Soroterápico, hoje Instituto Osvaldo Cruz, sediado na fazenda de Manguinhos no Rio de Janeiro. Nomeado diretor-geral da Saúde Pública, em 26 de março de 1903, com a incumbência de erradicar a febre amarela da então capital da República, colocou nas ruas suas famosas brigadas de "mata-mosquitos", enfrentando a antipatia da população, até finalmente banir da cidade aquele mal (1907).
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