Livro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de fevereiro de 1974
Não há quem não admire o professor Newton Freire-Maia: o mais famoso cientista paranaense - e um dos mais notáveis do País, com lugar permanente na OMS, em Genebra, mas que pelo seu amor ao Brasil prefere os magros salários de professor e pesquisador do Laboratório de Genética da Universidade Federal do que os valorizados dólares da Organização Mundial da Saúde é um homem simples - amigo sincero e leal. Mineiro tranquilo mas há mais de 20 anos radicado em Curitiba, onde nasceram seus filhos - entre as quais a bela Fátima, atriz na GB - Freire-Maia tem uma obra numerosa, cientificamente reconhecida internacionalmente. Mas há dois anos, a convite para desenvolver algumas idéias sobre sua especialidade - genética - em linguagem acessível ao grande público. Assim é que resultou "Brasil: Laboratório Racial", há dois meses, finalmente editado pela Vozes, como volume 4 de sua coleção Cosmovisão, por onde anteriormente já haviam saído notáveis livros de Lauro de Oliveira Lima ("Mutações em Educação Segundo McLuhan"), Lucimar Oliveira Lima Costa ("Socioterapia: Profissionalização e Autonomia do Serviço Social") e José Ângelo Gaiarsa ("O Espelho Mágico"). Com apenas 72 páginas, formato de bolso, os volumes da Cosmovisão tem na verdade três autores: o autor do texto, a orientação (e revisão final) feita por Lauro de Oliveira Lima - coordenador da coleção e o notável trabalho de diagramação a cargo de Mário Pontes, com a utilização de mil recursos gráficos-plásticos tornando das mais atraentes-fáceis rápidas a leitura. Assim é que este "Brasil: Laboratório Racial" é um livro tão atraente, tão notável, que realmente reproduz muito da personalidade de Newton Freire-Maia: se lê rapidamente, sem sentir o tempo passar, lamentando chegar ao fim. Como quando se encontra o autor: seu diálogo inteligente, faz a gente mergulhar numa outra dimensão - de paz e inteligência, em que o tempo escoa tranquilo e rápido. Afinal as coisas agradáveis da vida duram pouco!
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