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Aramis

LIVRO

Sem nenhum exagero, a partir do lançamento das memórias de Pedro Nava - Baú de Ossos - que a Editora Sabia acaba de publicar, com prefácio de Carlos Drummond de Andrade, já se poderá dizer que esse livro marcou um instante decisivo em nossa memorialística antes e depois de Pedro Nava. Médico e escritor, mas escritor arredio só conhecido e admirado de poucos, inclusive na poesia, o autor de Baú de Ossos, no limiar dos 70 anos resolve contar episódios de sua vida e de sua família, abrangendo com o volume agora lançado sua infância mineira e carioca, cronologicamente situada entre os anos de 19903 e 1911. Abrindo o prefácio que escreveu para o livro, Carlos Drumond de Andrade situa magistralmente a obra e o autor: "Pedro Nava surpreende, assusta, diverte, comove, embala, inebria, fascina o leitor, com suas memórias de infância, a que deu o título de Baú de Ossos. Seus guardados nada têm de fúnebre. Do baú salta a multidão antiga dos vivos, pois este médico tem o dom estético de, pela escrita, ressuscitar os mortos". Justo, direto, incisivo esse julgamento do grande poeta, pois o livro em verdade abrange tudo isso e mais alguma coisa. Mas o que acima de tudo fica visível é sua qualidade de escritor, que sobreleva em virtudes e arrasta como aluvião qualquer leitor solidário com o poder do discurso literário. Há sempre o imprevisto, a palavra ressuscitada, o sintagma não ortodoxo, a crueza verbal para uma realidade não idealizada.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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06/02/1973

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