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Aramis

Mestre do violino quebrou o braço no Solar do Barão

Além de ter passado praticamente despercebida a presença em Curitiba, na semana passada, de um dos maiores violinistas do mundo - Max Rostal, sua estadia também foi das mais infelizes. Como os promotores de seu curso no Solar do Barão tiveram a insensibilidade de programar as aulas do grande mestreço austríaco na Sala Scabi, cujo aceso é cansativo até para jovens, houve um trágico acidente: o violinista perdeu o equilíbrio e quebro o braço, o que poderá significar o fim de sua carreira artística. Apesar deste lamentável acidente, Max Rostal estava na manhã de sexta-feira, no horário previsto para a aula, com bom humor e falando sobre a arte da música e do violino. Só lamentou não poder fazer as demonstrações práticas no instrumento, já que, naturalmente, estava com o braço na tipóia. Uma das pessoas mais chocadas com a falta de atenção (e divulgação) da presença de Max Rostal a Curitiba é o editor Gunther Schotts, da Musas, cuja empresa é que edita as obras de Max Rostal em todo o mundo. xxx Austriaco de Teschens, 80 anos completados no dia 7 de agosto último, Max Rostal é naturalizado inglês, Há 30 anos é master-class para violinos na Escola Superior de Música em Colônia, Alemanha, onde entre outros alunos, teve o brasileiro Paulo Bosisio, que como hoje assessora a Fundação Cultural de Curitiba na área musical, foi quem conseguiu convencer o mestre a vir a Curitiba. Só que Bosisio deveria ter tido o bom senso de programar as aulas de Max Rostal num espaço térreo - e não na incômoda Sala Scabi, n 2º andar do Solar do Barão. xxx Entre as pessoas que foram assistir as aulas do mestre Max Rostal estava, na sexta-feira, o flautista e maestro Norton Morozowicz. Mostrando humildade desejo de aprender, Norton aproveitou sua passagem por Curitiba para conhecer Max Rostal. Só lamentou que devido ao acidente, o mesmo não pudesse ter mostrado sua técnica única ao violino - que o fez um nome internacionalmente respeitado.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
11/12/1985
Apesar de já ter ocorrido há tempos esse acidente, é realmente lamentável a falta de percepção de logística. Talvez ninguém tenha pensado em escadas ou sala inadequada para um músico desse nível e de renome internacional. Bosísio pode ter tentado programar as aulas no térreo, mas será que alguém liberou? E será que Bosísio foi insistente? Ou teve medo de encarar o "senhor do engenho"? Quem sabe ainda, por ser "apenas" um músico que toca violino. Penso que se fosse uma Madonna ou "musa do funk", as instalações seriam melhores e mais facilitadas, já que nesse "paisinho" hipócrita a inversão de valores é extrema!!! Cabe a nós brasileiros valorizarmos tudo aquilo que realmente tem valor e cobrarmos com voracidade das autoridades o que é correto e ético! Lamentável!

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