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Aramis

Mulher I : Vera, a gravadora

O tempo de Rio de Janeiro , distante da fria Curitiba , não chegou a lhe modificar . Mas, amadureceu, cresceu e voltou mais experiente, sabendo melhor das coisas dos homens & do mundo. O aprendizado da vida se reflete em sua arte e das primeiras experiências, timidamente mostradas em exposição no Banco Nacional, ganhou salões maiores - Museu de Arte Moderna (1973/74) , Nacional de Arte Moderna ( 24º e 25º) , Bienal Nacional, São Paulo, além de sofisticadas mostras em galerias - Atelier e Intercontinental. Vera Salamanca, gaúcha de Porto Alegre, filha de chilenos, é hoje uma gravadora cujo nome começa a se tornar nacional. O jornalista Silvio Lancelotti já a mencionou na revista "Vogue" que esta nas bancas e num dos próximos números merecerá reportagem de várias páginas. Suas gravuras começam a ser disputadas e, ao lado de Massao Ohno , um dos editores mais requintados do Brasil , prepara-se para experiências no campo dos livros de arte. Um deles será ilustrando as poesias de sua amiga Olga Savary , poeta como poucas, esposa e companheira de Sérgio Jaguaribe , o Jaguar. Para o crítico Marke Berkowitz "as gravuras de Vera Salamanca demonstram claramente que estamos diante de uma artista em plena evolução , que sabe o que quer, que está no caminho certo, desenvolvendo a sua linguagem própria e pessoal. Ela escolheu o caminho mais lento e mais difícil, o caminho da procura de um estilo. Sem sacrificar o sentido intimista e cameiristico da gravura, sem se perder em detalhes desnecessários , Vera Salamanca já faz pressentir através de certas formas e ideogramas , o aparecimento de características próprias e inconfundíveis . Vera aparece como mais um alicerce sólido da complexa estrutura da gravura brasileira". Vera residiu muitos anos em Curitiba. Aqui descobriu as primeiras emoções - a alegria do primeiro amor e também a primeira lágrima. Hoje, novamente vendo o mundo e o sol, divide-se entre São Paulo e Rio de Janeiro, trabalhando bastante mas sem deixar de encontrar os amigos, sempre com alegria. Veio a cidade, rápida e inesperadamente. Mas tempo suficiente para rever amigos queridos - como o professor e (ex) pintor Fernando Bine, conhecer La Cave, a casa de queijos e vinhos da Rua 24 de Maio e, acertar com Vicente Jair Mendes, o bom diretor do Museu Guido Viaro, uma individual em abril. Será uma oportunidade de se rever - e aguardar, pois afinal as gravuras estarão a venda, a preços acessíveis - as novas experiências transportadas por Vera a gravura, que como disse Flávio de Aquino "é uma pintura com predominância de claros / escuros, de tons rebaixados e de requintadas texturas (que) toma forma com idêntico refinamento".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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05/03/1977

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