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Aramis

Musas sonoras em felizes escolhas

Dividido em blocos temáticos, "Há Sempre Um Nome de Mulher" com um fox-canção de Custódio Mesquita e Sady Cabral, que é o próprio slogam temático - na voz de Cauby Peixoto. E o desfile começa com as "Mulheres Musas", aqueles nomes que inspiravam aos poetas do povo as suas paixões - que vão desde "a mais marmórea das Marias", como diz Albim - a de Ary Barroso / Luiz Peixoto, "cujo nome principia na palma da minha mão" (na voz de Tito Madi) até a morenice baiana de Caymmi - "Marina" (com Nana) e "Rosa Morena" (novamente Cauby), passando por "Lígia", "Maria Bethania" (com a própria), "Nancy" (Cauby), "Dora" (instrumental), "Laura" (não a americana, mas a brasileira de Alcyr Pires Vermelho/João de Barro, com Carlos José), "Jou-Jou e Balangandãs" (Miucha e Bebel) sem falar na "Luiza" de Tom. Duas mulheres, dois sonhos - "Etelvina", "Acertei no Milhar", com João Nogueira e "Por quem sonha Ana Maria" (Juca Chaves), com Emílio Santiago. Depois as mulheres cantoras - homenagens a Clementina (Paulinho da Viola), "Clara Nunes" (João Nogueira), "Dalva & Elis" (Sônia Santos) e Beth Carvalho, com a própria em "Enamorada do Sambão" - na participação de Martinho da Vila. Depois das mulheres importadas das Américas - "Maria Helena" , "Yolanda" e "Ana Maria" do biquíni de bolinha amarelinha, temos as mulheres do sertão - "Rosinha" e "Xandussinha" para chegarmos às mulheres dos festivais de música: "Luciana", "Helena, Helena, Helena" (com Lúcio Alves, esplêndido) e "Carolina" de (e com) Chico Buarque. As feministas que perdoem, mas há um bloco das "mulheres da submissão": "Terezinha" (Chico Buarque), "Emília" (Wilson Batista / Haroldo Lobo), "A Mulher Que é Mulher" (Armando Cavalcanti / Klecius Caldas), "Amélia" (Ataulfo Alves / Mário Lago) e "Mulher de Malandro" (Heitor dos Prazeres) nas vozes de Marisa Gata Mansa, Pery, Ângela Maria e Cauby. As mulheres dão o troco e caem na boemia: "Doralice", "Rita", "Conceição", "Dolores Sierra", "Maria Rosa", "Dama do Cabaré" - "Filhas", de Caymmi, Chico, Jair Amorim / Dunga, Wilson Batista, Lupicínio e Noel Rosa -, nas vozes de Danilo Caymmi, Emílio Santiago, Cauby, Nelson Gonçalves, Elizeth Cardozo e Martinho da Vila. Para falar das mulheres-temas das escolas de Samba ninguém melhor do que dona Ivone Lara, intérprete de "Chica da Silva" (Anescar/Noel Rosa de Oliveira) e "Alô! Alô Taí Carmem Miranda" (Maneco/Wilson Diabo/Heitor). E ao som das mulheres dos carnavais encerra-se esta seleção de meia centena de musa - entre 500 músicas com nome de mulher ou que ostentaram a palavra mulher como elemento literário definidor da canção, como explica o produtor Ricardo Cravo Albim: - Mulher é sempre difícil de selecionar até porque mulher-canção cada um tem a sua dentro do coração, ou dentro da garganta.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
22/12/1987

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