Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de janeiro de 1973
Andres Segovia está para a guitarra assim como Picasso para a pintura, Pablo Casals para o violoncelo e Luís Buñuel para o cinema: um gênio contemporâneo que tem oferecido às artes alguns dos momentos mais altos da criação humana. Aos 79 anos, forte e ativo, segovia (foto) - como Casals, Picasso e Buñuel - continua a produzir, como se para ele(s) a idade e a glória não fosse nada mais do que um incentivo para ainda realizar coisas melhores e mais grandiosas. No Brasil, onde esteve há alguns anos, os discos de Segovia tem aparecido regularmente, embora toda sua obra - enorme - esteja a espera de que alguns recordmam, com o espirito de um Maurício Quadrio (o produtor dos projetos Beethoven e Mozart, na Phonogram), disponha-se a reunir numa coleção didática e cronologicamente perfeita. Enquanto isto não acontece, alegremo-nos com as edições da MCA, que apareciam pela Chantecler e agora, estão sendo distribuídas pela Continental, como este << The Guitar and I >> (MCALP 600.035, dezembro-72). A julgar pela observação do volume 2, deve tratar-se de uma série que começa, entre nós, pelo segundo volume (e é de se esperar que a Continental providencie imediatamente a edição do volume 1). Aqui ao lado de Segovia apresentar 15 estudos para guitarra, com peças de Giuliani, Sor, Costa e Tartera, temos a << face << a >> do álbum destinado a um documentário notável": o próprio Segovia, com sua voz clara e forte, narrando - num espanhol facilmente compreensível - suas primeiras experiências com a guitarra, suas viagens e suas idéias sobre a musica. Só este depoimento - digno de um MIS - já vale os Cr$ 25.00 que custa este álbum maravilhoso.
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