Música I : Maysa
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de fevereiro de 1977
Os necrológicos e crônicas sobre Maysa Figueira Monjardim (1936-1977), que há duas semanas ocupam a imprensa nacional, esqueceram de fazer referência a um aspecto muito importante de sua carreira artística: em 1967, quando residia na Espanha, Maysa foi convidada pelo compositor Ennio Moricone a gravar, na Itália, duas canções da trilha sonora do filme "Ad ogni costo", de Giuliano Montaldo, um policial na linha de "Rififi", estrelado por Edward G. Robinson (1893-1975) e Adolfo Celli. Dois anos antes, em Madrid, Maysa havia aparecido numa ponta de "O Momento da Verdade" (II momento della veritá, 1965), de Francesco Rosi, político filme sobre a crise de temor que vive um veterano toureiro. No filme, Maysa aparecia numa cena ao lado de vários outros conhecidos nomes da sociedade madrilenã, que na época freqüentava. De 1962 a 1968, Maysa residiu na Espanha, como esposa do industrial belga Miguel Azanza, hoje morando no Brasil.
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No auge de seu sucesso, em 1958, Maysa apareceu cantando em algumas chanchadas nacionais: "Batedor de Carteiras", de Aloisio de Carvalho; "Camelô da Rua Larga", de Eurides Ramos e "O Cantor e o Milionário", de José Carlos Burle, onde cantava "Ouça" e " "Meu Mundo Caiu". Na última entrevista, a 1o de dezembro último, falava com entusiasmo sobre "Woyzeck", de Georg Buchner (1813-1837), que produziu e interpretou em 1971, com direção de Marília Pedroso.
Apesar do prejuízo total sofrido, - Maysa pensava em voltar a tentar o teatro: seus planos para 1977 era estabelecer-se em Antonina, dedicar-se a criação em artes plásticas usando principalmente madeira (era uma desenhista de mérito) e, na primeira oportunidade, partir para alguma produção local.
LEGENDA FOTO 1 - Maysa
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